JORNAL DA MANHÃ

ÉTICA E RESPONSABILIDADE MARCAM O TRABALHO DO JORNAL NESTES 45 ANOS

“O Jornal da Manhã vem escrevendo a história de Uberaba e do Triângulo Mineiro ao longo dessas quatro décadas e meia, retratando os fatos do cotidiano, apontando erros e apresentando sugestões, com isenção político-partidária, porém movida por um interesse único: o desenvolvimento de Uberaba e da região, em todos os sentidos. Grandes bandeiras foram levantadas pelo JM nesses anos todos, muitas das quais com enorme sucesso. Foi o caso, por exemplo, na década de 1972, quando o então prefeito da cidade tentou “vender” uma praça para empresa privada. O JM ergueu sua voz para protestar contra essa tentativa de transferência do patrimônio público, do patrimônio do povo, para beneficiar uma empresa. E conseguiu impedir o tresloucado ato. Muitos anos mais tarde, o JM liderou manifesto em repúdio à intenção do então prefeito Anderson Adauto de trazer para o Município uma penitenciária de segurança máxima. Igualmente teve sucesso, fazendo com que o Executivo desistisse do projeto. Mas talvez o caso mais emblemático da importância do Jornal da Manhã para a comunidade tenha sido a publicação, com exclusividade, das denúncias de corrupção envolvendo o governo Wagner do Nascimento, com desvios de dinheiro da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Rio Grande, um escândalo que culminou com a prisão do então prefeito. O JM provou com levantamentos técnicos que a Prefeitura estava procedendo a reajuste ilegal do IPTU, em governo posterior, e conseguiu que os carnês da época fossem recolhidos e novos carnês fossem distribuídos com valores corretos. Enfim, o JM sempre foi um jornal corajoso, jamais se furtando a enfrentar as questões por mais melindrosas que fossem, saindo sempre na defesa intransigente dos interesses da comunidade. O JM conquistou também a credibilidade dos leitores graças às opiniões publicadas nas suas colunas diárias, caracterizando sua atuação na responsabilidade e num jornalismo vibrante, participativo, atuante junto à comunidade. O JM sempre foi uma espécie de porta-voz dos uberabenses. Este é seu maior patrimônio: a credibilidade aliada ao respeito conquistado junto aos uberabenses”. Este depoimento da diretora administrativa Lídia Prata Ciabotti é a introdução de nosso bate-papo com ela sobre o Jornal da Manhã. Confira a entrevista. Qual a filosofia editorial e princípios que marcam a postura do jornal no mercado? Ética e responsabilidade. Esse binômio diz tudo. Quais as empresas que formam o grupo Jornal da Manhã?

A âncora do Grupo JM de Comunicação é o Jornal da Manhã. A partir dele vieram: 1 – o JM Online, primeiro diário a apostar em uma versão online e também o primeiro jornal virtual do Triângulo Mineiro. 2 – JM Magazine, revista que completa 15 anos de circulação em 2018, contando 60 edições e três prêmios Top Of Mind como a revista preferida pelos uberabenses. 3 – Rádio JM FM 95.5, mesmo tendo como carro-chefe a informação confiável e de qualidade, a nova Rádio JM FM leva aos ouvintes uma programação musical com pluralidade de gêneros, porém preferencialmente sertaneja. Uberaba ainda mantém a tradição dos jornais impressos. A que se deve isso? Uberaba é uma cidade onde as tradições estão muito arraigadas na população. No caso específico da tradição, ou do hábito da leitura diária de jornais, não há dúvida de que está diretamente relacionada ao interesse que a informação sobre os fatos que acontecem na cidade desperta nos leitores. O JM dedica 90% do espaço editorial à cobertura dos acontecimentos em Uberaba e região. Ainda que o rádio seja mais rápido, o online mais ágil e a TV mostre cenas dos fatos, é o jornal impresso que traz o detalhe, a explicação, a opinião, enfim, que chama o leitor à reflexão. Este é o grande diferencial da mídia impressa. Até que ponto essa onda das ‘fake-news’ resgata a credibilidade da mídia impressa? Sem dúvida, o jornalismo autêntico está se valorizando cada vez mais em função das fake news. Segundo o presidente da Associação Nacional de Jornais, jornalista Marcelo Rech, “os veículos de comunicação saíram do corner e isso em apenas 12 meses. Quem passou a dar explicação foram os gigantes digitais, Google e Facebook, pela disseminação de notícias falsas, métricas duvidosas, uso de robôs, etc”. Quem quer se informar procura veículos confiáveis, sejam eles impressos ou digitais. Não se deixa levar por “informações” disseminadas em redes sociais sem qualquer checagem, sem qualquer compromisso com a verdade, sem a responsabilidade que os jornais têm de apurar os fatos antes de divulgá-los. A onda das fake news está desmoralizando os gigantes digitais, que não se preocupam com o conteúdo disseminado nas redes sociais.

Veja o escândalo em que o Facebook se meteu recentemente, com o vazamento de informações pessoais de seus usuários para fins eleitorais nos Estados Unidos. Isso implica numa tremenda quebra de confiança, de confidencialidade, de respeito às pessoas. Já os veículos de comunicação digitais, os jornais, os portais de notícia com a marca de uma empresa séria, jamais permitiriam isso. Além do mais, as redes estão muito contaminadas por ativismo. E jornalismo genuíno não é ativismo. É levar ao leitor, com independência, o confronto das versões de lado a lado. É isso que constrói a credibilidade de uma marca, de um jornal, seja ele impresso ou virtual. Quais as perspectivas da mídia impressa neste universo virtual? Ela pode conviver em harmonia com a mídia online ou cada uma terá sempre espaços diferentes?

Sinceramente, eu gostaria de ter essa resposta. O futuro é uma grande incógnita. Vivemos hoje uma grande revolução motivada pela tecnologia. O que era novidade ontem, hoje está superado, e o “novo” de hoje estará ultrapassado amanhã. Está tudo acontecendo muito rapidamente. Por isso, os mais pessimistas pregam o fim da mídia impressa, enquanto os mais otimistas afirmam que haverá espaço para todas as mídias. Ninguém pode prever com certeza o que vai acontecer. Acredito que os jornais impressos terão de se reinventar e achar o caminho da sobrevivência. Muitos previram o fim do rádio, quando surgiu a televisão, mas as previsões estavam erradas e ambos convivem normalmente, cada qual com seu estilo e público. Também previram o fim dos livros impressos quando surgiram os e-books. Isso não se concretizou e, no ano passado, apesar da crise econômica no país, o mercado de livros faturou R$ 1,7 bilhão, com alta de 6,15% na comparação interanual. Portanto, é melhor deixarmos a bola de cristal de lado, para arregaçarmos as mangas e trabalhar. Como é para você dirigir um jornal de tradição familiar como o Jornal da Manhã? JM é âncora de um grupo de comunicação que conta com uma equipe sensacional sob todos os aspectos. Somos uma família e não apenas colegas de trabalho. E certamente o sucesso que os veículos da marca JM vêm experimentando nestes anos todos é fruto deste espírito de equipe. Passamos mais horas convivendo na empresa (e às vezes fora dela a convivência continua) do que propriamente com nossos familiares. No meu caso específico ainda tenho a sorte de trabalhar ao lado do meu marido, Luiz, e de uma das minhas filhas, Larissa. E nós conhecemos, pelo nome, um por um dos nossos 153 companheiros de trabalho, alguns dos quais com mais de 20 anos na empresa. Nosso turnover é quase zero. E não temos ações trabalhistas há décadas. Acho que isso diz tudo.

Quais são os novos projetos do jornal?

Apesar da crise econômica que levou vários jornais brasileiros a encerrarem suas atividades em 2017, o JM manteve boa parte dos projetos. O mais instigante é o novo portal de notícias, cuja estreia está prevista para julho, quando o JM completar 46 anos.

No impresso, estão em gestação o novo projeto gráfico e novos cadernos especiais temáticos, na esteira do sucesso dos primeiros especiais lançados este ano. Vem muita novidade por aí.

Que avaliação você faz destes 45 anos do Jornal da Manhã e o que destaca como principal nesta trajetória?

O JM é uma empresa que vem quebrando alguns tabus e vencendo vários desafios ao longo desses 45 anos. Foi o primeiro jornal a priorizar o noticiário local e teve a ousadia de contratar repórteres para cobertura dos fatos que acontecem na cidade, ainda na década de 1972. Naquela época era impensável formar equipe de jornalistas e colocá-los nas ruas para cobrir o dia a dia do Legislativo, do Executivo, do Judiciário, da cidade, incluindo acidentes, homicídios, jogos de futebol, etc. O JM sempre foi ousado e trouxe expoentes da mídia nacional para atuar como editores, como Mauro Santayanna, na época uma das estrelas do jornalismo da Folha de São Paulo. Depois contratou um designer gráfico de prestígio nacional entre os veículos de comunicação nacionais para reformular a estética do JM, criando uma identidade visual revolucionária para a época.

Em matéria de pioneirismo, foi o primeiro na introdução de cores nas suas edições, assim como a circular todos os dias, de segunda a domingo, e a ter um portal, quando a internet ainda engatinhava. Foi o pioneiro no jornalismo investigativo, quando esse termo ainda nem era popular. Tudo isso marcou a trajetória do JM, mas nada foi, nem é mais importante do que a linha editorial responsável que sempre caracterizou o JM. Vem daí sua credibilidade e a respeitabilidade que conquistou junto aos leitores. Tanto assim que desde a instituição do prêmio Top Of Mind, o JM ganhou em todos os anos como o mais lido e o preferido dos uberabenses. Isso é fruto de um trabalho alicerçado na ética, responsabilidade, lealdade aos nossos leitores e nossas fontes.

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