Fabio Sangenetto
Fotos Divulgação
O Brasil é o principal produtor e exportador mundial de café.
Nesta edição iremos tratar um produto que tem ganho muito espaço no cenário nacional e que, ao olharmos a cadeia produtiva, encontrou formas inteligentes de transformar uma commodity, em um produto com valor extremamente agregado não só nacionalmente, mas também mundo afora. Vamos falar do café! Para entender esse conceito vale explorarmos essa importância e significado. Segundo a fonte: https://www.significados.com.br, Commodity significa mercadoria. Esta palavra é usada para descrever produtos de baixo valor agregado. Commodities são artigos de comércio, bens que não sofrem processos de alteração (ou que são pouco diferenciados), como frutas, legumes, cereais e alguns metais. Como seguem um determinado padrão, o preço das commodities é negociado na Bolsa de Valores Internacionais e depende de algumas circunstâncias do mercado, como oferta e demanda. Em outras palavras, produtos ou matérias-primas brutas, que são vendidas em seus estados originais, são vendidos a determinado preço regidos pelo mercado nacional ou internacional e não têm diferenciais entre si.
Para materializarmos esse ponto de valor agregado imagine alguns outros itens.
Cacau: matéria-prima para os deliciosos chocolates que vendido toneladas a preço x, ao ser processado, industrializado e exportado, retorna ao mercado/lojas com seu valor muitas vezes multiplicado pelo seu valor inicial (matéria-prima), ligado às diferentes fórmulas e tipos de produtos acabados que fazem com que as marcas se diferenciem entre si e consigam cobrar altos e diferentes valores sobre cada tipo de produtos derivados desta; chocolates em pó, tabletes, bombons, ovos de páscoa, chocotones, etc. O mesmo podemos avaliar com a madeira que se torna, portas, mesas, cadeiras, violões, violas, violinos e pianos. Após alguns conceitos reforçados acima, nivelando todos nossos leitores para entendimento de um dos pontos importantes do que se pretende com o valor agregado, retornando ao café, foco desta matéria, vale lembrarmos porque o destaque do café em nosso bate-papo.
Posição do Brasil no Mercado Mundial
Brasil – Ranking Mundial
Principais produtos Produção Exportação
Açúcar 1º 1º
Café 1º 1º
Suco de Laranja 1º 1º
Carne Bovina 2º 1º
Carne de Frango 2º 1º
Milho 3º 3º
Soja Grão 2º 1º
Farelo de Soja 4º 2º
Óleo de Soja 4º 2º
Algodão 4º 2º
Carne Suína 4º 4º
Fontes
USDA: United States Departament of Agriculture
MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
A origem do café no Brasil encontra-se no século XVIII. As primeiras mudas de café foram plantadas, ainda em meados de 1720, na província do Pará. A pessoa que teria trazido as primeiras sementes do café para o Brasil foi Francisco de Melo Palheta, após viagem à Guiana Francesa. Se recorrermos a história, sempre nos posicionamos como um grande produtor de café e, desde o Brasil Colônia, a exploração da cultura foi muito forte e quando falamos em exploração, lembramos que era produzir aqui e mandar para o mundo afora apenas os grãos, envolvendo inclusive as questões sociais e influência sobre escravatura e abolição, ou seja, romper essa cultura exploratória sem dúvida foi um desafio. Vale lembrar que foram os lucros provenientes dessa lavoura, intensificada a partir das décadas de 1830 e 1840 do produto que já tinha migrado até o estado de São Paulo, que permitiram o surgimento das estradas de ferro, o avanço da urbanização, a entrada de grandes levas de imigrantes europeus (italianos, alemães, espanhóis,…), o deslocamento do centro de poder político do Nordeste para o Sudeste e, até mesmo o refinamento dos modos e costumes brasileiros, pontos estes bem relatados e lembrados também pela ABIC (Associação Brasileira da indústria do Café). O paralelismo entre o Brasil e o café é tão grande que uma boa parte dos primeiros registros fotográficos feitos no país retrata a rotina das grandes fazendas de café paulistas. Hoje o café é um exemplo de uso de tecnologia técnica, mecânica, de manejo e condução, além de digital e do ponto de vista de rastreabilidade.
Segundo a ABIC (Associação Brasileira da Indústria do café), tendo como fonte as Euromonitor Global Briefing, 2016, os destaques para evolução podem ser enumerados em ondas que a cultura passou:
1ª Onda
Venda massiva de Café
– Tecnologia traz café fresco em casa ao seu alcance.
– Café instantâneo, embalagem a vácuo, pré-torrefação.
2ª Onda
Surgimento dos Coffee Shops
– A experiência dos Coffee Shops se torna mainstream.
– Ênfase em torrefações específicas, bebidas à base de espresso e indulgência.
3ª Onda
Café Artesanal
– Pequenos torrefadores promovem suas marcas regionais.
– Novas técnicas de fabricação projetadas para enfatizar o sabor.
4ª Onda
Inovações em todo lugar
– Cafeterias como plataforma de inovação para varejo.
– As marcas da terceira onda são compradas.
– Reinvenção do café como bebida.
Abaixo podemos ver a evolução do consumo interno no Brasil.
Fonte: ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café)
O mercado brasileiro ainda está focado no tradicional e sente os reflexos da economia como vários outros setores como visto entre 2017 e 2018. Porém, os cafés premium têm previsão de crescimento muito forte, assim como a entrada das cápsulas tem ganho cada vez mais espaço com uma tendência grande também de crescimento. Através de pesquisas sobre o que mais importa para o consumidor foram identificados os seguintes pontos: Qualidade, Preço, Disponibilidade, Marca, Embalagem e Recomendação. A qualidade em relação aos outros pontos representou 57,6% como item muito importante para escolha do café. Se isso tem importância significativa para o consumidor, podemos avaliar que o destaque no tempo se deu a observação de como gerar essa qualidade percebida no produto e nas práticas utilizadas na cultura. Selos de qualidade têm destaque nesse processo, pois definem bases padrões de peso para a certificação, sendo a ABIC identificada como pioneira na criação dos selos. Com isso, toda a produção desta cultura foi afetada em função da exigência de qualidade na busca pela diferenciação e geração de valor. As certificações evoluíram para selos de: Pureza, Qualidade tradicional, Superior e Gourmet.
Origem: Atestando a procedência, possibilitando ao consumidor identificar não somente a região produtora, mas chegando ao nível de detalhe da propriedade e a geolocalização de onde o grão foi produzido dentro desta propriedade. Sócio-Ambientais e ecológicos: Orgânicos, Produções sustentáveis, Embalagens recicláveis, Atitudes social e ambientalmente corretas. Mais do que um grão, mais que uma bebida, um novo ambiente social para encontrar amigos, família e também para trabalhar, sejam reuniões ou até mesmo individualmente ou ainda tecnologicamente conectados a parceiros por todo o mundo. Isso foi destacado em um movimento citado nessa matéria desde a segunda onda até a quarta onda, mais atual, onde a inovação está em todo lugar. Os limites foram expandidos e os ambientes para um bom café hoje se diversificam em lojas específicas, em locais charmosos, pontos em shopping centers, em lojas de diversos segmentos como de vestuário e de estética e até mesmo dentro das empresas. Junto aos locais o prazer do café temos sempre requintados e diferenciados acompanhamentos, como um prazer a mais para satisfazer os mais diferenciados paladares, desde o famoso mineiro pão de queijo, encontrado em todo país, até doces e salgados deliciosos. Isso tudo em busca de gerar ao cliente uma experiência verdadeiramente genuína, somando os benefícios da bebida, seu aroma, o paladar, a elegância e simplicidade que sofistica os lugares e aproxima as pessoas.
Todo esse movimento de evolução, destaca os benefícios e malefícios do café, afinal o equilíbrio sempre é importante.
TEXTO DO QUADRO ACIMA
Benefícios utilizando doses equilibradas:
- Afasta os problemas cardíacos
- Ajuda no emagrecimento
- Previne diabetes
- Dá energia
- Evita problemas cardíacos
- Previne câncer
- Melhora o intestino
- Aumenta a memória
- Diminui pedras nos rins
- Combate a depressão
- Aumenta a expectativa de vida
- Ameniza sintomas do Parkinson
- Previne o Alzheimer
- Combate inflamações
- Reduz risco de AVC
- Diminui riscos de esclerose múltipla
- Protege contra danos causados pelo sol
Malefícios com uso em excesso:
- Taquicardia
- Palpitações
- Insônias
- Gastrite
- Ansiedade
- Refluxo gastroesofágico
- Tremores
- Dores de cabeça e náuseas
- Irritações de pele e doenças dermatológicas
Quanto de café posso consumir por dia?
Quem ama café tem que ficar atento nas doses diárias para não comprometer a saúde. É consenso entre os especialistas e pesquisadores que a quantidade máxima recomendada por dia de café é de 400 mg de cafeína, equivalentes a três ou quatro xícaras médias de café coado. Consumindo nessa quantidade, você potencializa os efeitos positivos do café.
Fonte:https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/09/20/beneficios-do-cafe-para-a-saude-veja-como-e-quanto-consumir.htm?cmpid=copiaecola.
Lembrando que se deve respeitar a individualidade, a média das recomendações são muito genéricas, quanto mais acompanhado por médicos e profissionais da saúde, mais você irá conhecer seus potenciais e limites e desfrutar melhor dos hábitos que lhe dão prazer, mantenha o check-up de sua saúde em dia. Ainda falaremos mais sobre essa cultura apaixonante. Continue nos acompanhando!
Crédito
Atenção:
Entre em contato com nosso editor, comente, conecte as mídias abaixo e contribua. Instagram ou Linkedin: Fabio Sangenetto. Fábio Sangeneto é proprietário da Hominum Consultoria em Gestão Empresarial, Palestras, Mentoria, Coach e Conselheiro Empresarial.