Para tratamento dos casos graves de COVID-19, UTI é recurso essencial

Com o aumento esperado dos casos registrados do novo coronavírus, o país enfrentará a escassez dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), considerados recursos importantes para o tratamento das situações graves de COVID-19. Na edição de ontem (3), o jornal Folha de S. Paulo destacou que até o fim de junho, mais da metade do país pode ficar sem unidades do SUS ou privadas para doentes graves.
Em Uberlândia, ao todo, são 200 leitos de UTI, sendo 40 do Hospital Municipal, 40 do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) e outros 120 distribuídos em hospitais da rede particular. A Prefeitura também abriu 20 leitos de UTI no antigo Hospital Santa Catarina, com possibilidade de ampliação para mais 10.
Desde que alguns segmentos do comércio retomaram o atendimento presencial, a cidade tem observado uma oscilação nos números de internações na UTI. O último boletim municipal, divulgado às 17h de ontem (3), apresentou um aumento de 57% no número de internações, totalizando 11 internações nos leitos de UTI. Durante a semana, esse número oscilou entre 7 e 12. Considerando todas as enfermidades, Uberlândia tem 84% dos leitos de UTI ocupados.
Em um estudo publicado no começo de abril pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Minas Gerais (DEP-UFMG), os governos estaduais podem projetar e atualizar diariamente a estimativa para a data de ruptura do sistema de saúde por meio de um modelo matemático.
O modelo leva em consideração o percentual de infectados utilizando fatores específicos de cada localidade (taxa de transmissão, pirâmide demográfica, condições socioeconômicas, dentre outros) e a taxa de internação em hospitais, determinada pelo perfil do percentual de idosos com 65 anos ou mais, que fazem parte do grupo de risco da doença. Com o ajuste do número de dias observados, o modelo simula quando poderá faltar leitos em cada um dos estados brasileiros.
De acordo com dados do estudo, Minas Gerais com pouco mais de 21 milhões de habitantes conta com 3.096 leitos de UTI. No cenário otimista, a projeção com os dados do último mês de abril estima que o Estado terá mais demanda que leitos de UTI disponíveis a partir de 14 de maio, e no cenário moderado, em 8 de maio. Já no pessimista, Minas deve experimentar o esgotamento de unidades de tratamento intensivo já a partir de 4 de maio.
O estudo publicado como nota técnica, “Previsão de disponibilidade de leitos nos Estados Brasileiros e Distrito Federal em função da pandemia de Covid-19” pode ser acessado em: https://www.eng.ufmg.br/portal/wp-content/uploads/2020/04/Nota-Tecnica-NT4-Covid-19-0204.pdf
Por Communicare Jr. | Luan Borges