Escrito por Thales Schmidt | Redação Cult
AINDA NÃO. MAS O MERCADO JÁ RESPIRA POR APARELHOS
A Editora Abril fechou. A DM9 foi extinta. Agências estão demitindo em massa. A Globo, em xeque, aposta sua sobrevivência no Globoplay. A Netflix tem faturado mais que o SBT. A TV fechada enfrenta uma tendência de queda (irreversível?). O sistema de remuneração por BV tornou-se insustentável. O mercado está entrando em colapso. E o pior: isso não é nenhuma novidade. Esperava-se que isso acontecesse em algum momento. Mas em um misto de ceticismo e orgulho, poucos se prepararam para uma transformação tão devastadora. Tudo aconteceu muito rápido. Um dia acordamos e o mercado de comunicação não apareceu à mesa do café. Os discursos anti-apocalípticos foram massacrados pela realidade. A internet coexistirá com outros veículos como a TV coexistiu com o rádio, diziam. Errado. O Cisne Negro digital engoliu a indústria inteira. Vivemos um cenário no mínimo intrigante, por outro lado. Enquanto redatores passam fome, UX Writers são as novas estrelas do mercado. Ao mesmo tempo em que diagramadores fazem cerveja artesanal para levantar um extra, UX Designers fazem fortuna aos 26. Um Desenvolvedor Senior Front-End tem um salário maior que o Washington Olivetto no auge dos anos 90. Perceberam a tendência? Comunicação hoje se mistura com experiência do consumidor. São atividades e disciplinas intrínsecas. Como farinha e ovo em um bolo pronto, é impossível separar. Desenhar, conduzir e gerir uma experiência surpreendente é construir um relacionamento de longo prazo com as pessoas – tudo o que a comunicação sempre sonhou.
Em algum ponto (é mais comum que seja em vários) a experiência passará pelo ambiente digital. Isso explica a migração de grande parte dos investimentos em propaganda para Content, TI e UX. Em outras palavras, não existe comunicação mais eficiente que uma experiência irretocável, que começa no Momento Zero da Verdade e pode durar muito tempo, se bem gerida. A outra fatia dos investimentos está reservada para a mídia digital. Justamente para impulsionar aqueles esforços de Content, TI e UX. Mas essa não é a única explicação. Propaganda tradicional sempre teve um mood Porta da Esperança. Não há nada garantido do outro lado. Índices de audiência são pistas cada vez menos confiáveis. Afinal, hoje a atenção divide-se entre múltiplas telas. Pois no Admirável Mundo dos KPIs, não existe essa incerteza. Tudo é medido com exatidão absoluta: Cliques, Impressões, CPC médio, CTR médio, Total Consumido, Metas Concluídas. Resultados de Google Analytics, Google Ads, Google Search, Facebook Ads, Instagram Ads. Nossa plataforma MediaDash, por exemplo, consegue medir todos esses indicadores em tempo real. Performance de anúncio por anúncio. Em. Tempo. Real. Relatórios semanais já estão ultrapassados. A ironia: é difícil medir o valor dessas informações com precisão. Porque envolvem um ativo valioso: tempo. Tomar decisões com velocidade, corrigir rotas, otimizar investimentos. Que valor tem tudo isso para uma marca? Difícil dizer. O certo é que vale muito. Ao contrário de tudo o que sabíamos sobre propaganda até aqui.
Thales Schmidt | Co-founder MediaDash