Arlindo Maximiano Drummond | Empresário e Pecuarista
Fotos Arquivo Pessoal | Divulgação
“O Brasil possui, graças a poucos persistentes criadores, um banco genético interessante”
Um país só é verdadeiramente rico quando, além de produzir riquezas, fazer poupança, contar com segurança, estabilidade econômica, etc, começa a fazer seus museus, santuários e coleções privadas. Órgãos públicos devem se interessar em preservar tudo que é histórico, mas só no privado é que sempre serão mais valorizados e bem guardados. Genética é pouco discutido popularmente, bancos de sementes e animais são importantíssimos para alimentar a humanidade. Nas sementes primitivas estão a base de toda a nossa dependência alimentar. Nas pesquisas das grandes empresas sempre estão os
primeiros seres na árvore genealógica. Com cruzamentos feitos com fracassos é que chegamos aos alimentos que hoje satisfazem o planeta com 7,8 bilhões de bocas. Sem a base guardada e somente com os animais de granja sendo criados, estamos sujeitos a matar de fome toda a humanidade, ficando vulnerável à primeira onda de aquecimento ou seca mais prolongada. O Brasil possui, graças a poucos persistentes criadores, um banco genético interessante. Asiáticos, africanos, ibéricos guardamos essa genética em nosso território, desaparecidos em sua origem. No Zebu Índicus guardamos o que há de melhor, onde nem a Índia conseguiu guardar essa carga genética. Da seca África guardamos o Watusi, pouco ainda explorado em nosso Nordeste. Na ovinocultura preservamos o Quatro-chifres, raridade que dispensa vermifugação. O casco de burro conserva o sabor e a saudável banha já conhecida por nossos avós. O Assel Rajha Murgh, com 6 mil anos de história, sem misturar sua pureza com outras de sua espécie, sangue perdido na Índia milenar e conservada aqui no país. Fazendo o trabalho que governo federal deveria fazer, guardamos o que um dia, depois do apocalipse, será procurado e reverenciado para reerguer a humanidade outra vez.