Paulo Gabriel | Professor de Marketing
Fotos Divulgação
Não podemos admitir que em pleno século XXI estejamos brincando de humanidade.
Muito tem se falado sobre inclusão e diversidade nas empresas. Oportunidades anunciadas para transexuais, pessoas com deficiência (PCDs), negros, pessoas mais velhas e afins. Uma evolução tímida, mas que já levanta a discussão que precisa ser feita diariamente. É lindo e muito necessário diversificar uma organização. Da gestão à operação os ganhos são enormes, porém uma coisa precisa estar clara: incluir não é só colocar pra dentro. Ainda carregamos preconceitos e qualquer tipo de inclusão sem debate é somente uma tentativa frustrada e fingida de tapar o sol com a peneira. Estudo recente da HSM e da Opinion Box sobre diversidade nas empresas trouxe dados que a gente já sabia ou desconfiava: os ambientes corporativos são compostos por jovens homens brancos heterossexuais. Os resultados são alarmantes e demonstram que estamos a anos-luz de uma sociedade mais igualitária. Estudo feito com mais de 2.000 pessoas pelo Brasil mostrou que 50% das empresas são compostas majoritariamente por homens. Que apenas 5% do quadro de funcionários têm acima de 50 anos, que 29% das empresas não possuem nenhuma pessoa com deficiência e 44% das empresas não possuem nenhum transexual. O mais decepcionante é saber que 37% dos profissionais já vivenciaram discriminação na empresa em que trabalham e que, em muitos casos, os gestores estavam envolvidos. É preciso entender que falar de inclusão não é só sobre contratação, também é sobre mudança de cultura. Diante desse cenário triste que vivemos, colocar pra dentro sem base é só mais um ato irresponsável. Que saibamos preparar nosso time para aceitar as diferenças e que nossos gestores sejam agentes de transformação. Não podemos admitir que em pleno século XXI estejamos brincando de humanidade.
Paulo Gabriel Jr é professor de marketing, relações públicas e especialista em marketing digital, gestão de projetos e em inovação e empreendedorismo.