Kelson Venâncio | Jornalista
Foto Divulgação
O filme merece cada uma das indicações que teve ao Oscar.
É até meio estranho eu afirmar que um filme da Coreia do Sul é um dos melhores que assisti em 2019 e também que já vi na vida. É que estamos tão acostumados a assistir produções hollywoodianas que quando isso acontece achamos esquisito. Parasita é uma aula de cinema e um prato cheio para o entretenimento. Conta a história da família de Ki-taek que está desempregada, vivendo em um porão sujo e apertado. Mas uma obra do acaso faz com que ele comece a dar aulas de inglês a uma garota de família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe e filhos bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, mas os segredos e mentiras necessários à ascensão social custam caro a todos. A premissa é curiosa e chama a atenção do espectador que ao ler a sinopse começa fazer perguntas do tipo: “Será que isso é possível?” E se for, “como fizeram isso?” E se fizeram, “como isso vai terminar? Diante dessas questões, temos um roteiro maravilhoso e muito bem amarrado, algo difícil para qualquer roteirista. Vendo a sequência de fatos contados no longa, temos a impressão que para o diretor Bong Joon-ho, que escreveu a história ao lado de Han Jin-won, isso foi fácil. Os acontecimentos são mostrados de forma brilhante, trazendo surpresas na hora certa que mudam o rumo da trama. Os detalhes técnicos são impressionantes, como a excelente direção. Todos os atores do filme têm suas características que deram a eles a oportunidade de cada um arrebentar nas atuações. Parasita merece cada uma das indicações que teve no Oscar, especialmente de Melhor Filme, Direção e Roteiro. E ainda achei pouco. Não ficaria surpreso se alguns atores sul-coreanos disputassem as estatuetas com os conhecidos de Hollywood. Seria muito bom!
Nota 10
Kelson Venâncio é jornalista, crítico de cinema e diretor-presidente da rede de mídias Cinema & Vídeo.
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