Núbia Mota
Foto Lívia Mendes
“Depois de ser mãe e enfrentar um câncer, me sinto mais forte para desempenhar o meu papel”
Não tem jeito. Vai chegando o fim da gravidez, bate aquela ansiedade. Além de lidar com os sentimentos com a chegada de um filho, as mulheres ainda enfrentam a incerteza de se manter empregadas assim que termina a licença-maternidade, já que a lei dá estabilidade à empregada de cinco meses após o parto. Em muitos casos, a empresa faz o desligamento assim que termina esse período. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), metade das mães são demitidas até dois anos depois que acaba a licença-maternidade. Foi isso que aconteceu com Daiana Freitas (nome fictício), de 31 anos, ex-funcionária pública em Uberlândia. Ela viu todos os planos profissionais escorrerem pelo ralo, depois de voltar a trabalhar, sete meses após o parto, unindo a licença e as férias. Com dois meses de retorno foi exonerada do cargo de chefia e realocada para uma vaga com menor salário. Mas há uma luz no fim do túnel, quando se trata de valorização da mulher e da mãe no mercado de trabalho. Um exemplo contrário é o caso de Lívia Mendes, de 35 anos, que descobriu um câncer no sétimo mês de gravidez e, juntando licença e tratamento, ficou afastada do emprego por 15 meses. Mesmo com receio por ter ficado tanto tempo longe da empresa, ao contrário do que imaginava, Lívia foi bem recebida pelos colegas, chefes e, há um mês, foi promovida à supervisora de aprovação de loteamentos da ITV Urbanismo, loteadora de Uberlândia. “No lugar de um problema, eu ganhei uma oportunidade. Depois de ser mãe e enfrentar um câncer, eu me sinto muito mais forte e capaz de desempenhar o meu papel. É muito legal trabalhar em uma empresa que dá tanta oportunidade para mulheres, onde 78% dos funcionários são mulheres e somos tão valorizadas”, enfatiza Lívia.
Crédito
Núbia Mota é analista de Marketing e Conteúdo na ITV Urbanismo.