Résia Morais
Toda disfunção sexual deve ser avaliada por um médico especialista e rejeitar causas orgânicas.
Apesar de sua descrição há mais de um século, o vaginismo raramente é discutido ou tratado. Atualmente, quase metade da população feminina mundial sofre de algum gênero de disfunção sexual. A classificação do DSM 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição) enfatiza que o vaginismo é um distúrbio de penetração, pois qualquer forma de penetração vaginal, como tampões, dedos, dilatadores vaginais, exames ginecológicos e relações sexuais, tornam a penetração vaginal extremamente dolorosa, se não totalmente impossível. O vaginismo é um distúrbio psicológico manifestado pelo medo e ansiedade à penetração e um distúrbio físico, conforme observado pelo espasmo vaginal e é distinto de outros distúrbios da dor sexual, como a Vulvodínia (queimação e irritação na área genital) ou a Vestibulodinia (Vestibulite vulvar – dor local com penetração). O vaginismo tende a ser um problema psicossomático, e em termos psicológicos, muitas mulheres partilham um passado de relações sexuais traumáticas, aversão sexual ou condicionamentos familiares e/ou religiosos negativos relativos ao sexo. A etiologia pode também ser primariamente física. De fato, mulheres com suspeita desse diagnóstico devem ser alvo de um exame cuidadoso, já que uma avaliação básica pode não encontrar apoio para suas queixas. O tratamento para vaginismo inclui acompanhamento por ginecologistas e psiquiatras especialistas no caso, psicólogos e/ou sexólogos especialistas, de preferência na abordagem da terapia cognitivo-comportamental, hipnoterapeutas, fisioterapeutas e o uso de dilatadores vaginais. É importante destacar que toda disfunção sexual para ser tratada com Psicoterapia deve ser avaliada por um médico especialista e rejeitar causas orgânicas.
Crédito
Résia Silva de Morais, CRP-MG 04/31203, Doutoranda em Ciências – UFU. Profª. Psicóloga Clínica em TCC e Psicopedagoga – UFU. Especialista em Terapia Familiar e Hospitalar. Mestre em Psicologia da Saúde – UFU.