Conheça o seu surgimento e como será a celebração da data no Brasil e no mundo

A data conhecida como o Dia do Trabalho surgiu a partir de uma onda de manifestações que paralisou os parques industriais em uma greve geral em Chicago nos Estados Unidos. Naquele 1º de maio de 1886, homens e mulheres protestavam contra uma jornada exaustiva diária e melhores condições de trabalho. Com a Revolução Industrial acontecendo, uma das manifestações, ocorrida no dia 04 de maio na praça Haymarket, marcou o movimento quando uma bomba explodiu matando sete e ferindo dezenas de pessoas, entre eles manifestantes e policiais. A manifestação ficou conhecida como a Revolta de Haymarket. A explosão provocou o revide dos policiais com tiros sobre os manifestantes, onde outras dezenas de pessoas morreram. Esses acontecimentos, ocorridos a partir do dia 1º de maio, tornaram-se símbolo para as manifestações e lutas por direitos trabalhistas, não somente em Chicago, mas em várias partes do mundo.

Instituição do Dia do Trabalho no Brasil
A menção do dia 1º de maio começou no Brasil na década de 1890 quando se iniciava o processo de desenvolvimento das indústrias no Brasil. O movimento dos trabalhadores organizados começaram no século XX, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, em que a cidade de São Paulo protagonizou uma das maiores greves já registradas em 1917.
Em 1924, o então presidente, Arthur Bernardes (1922-1926), oficializou por meio de um decreto o dia 1º de maio dedicado ao trabalhador como feriado nacional.
Nas décadas de 1930 e 1945, durante o Estado Novo varguista, o presidente Getúlio Vargas utilizou a data não apenas para homenagear os trabalhadores, mas para divulgar mudanças aos direitos trabalhistas — como a legislação sobre o Salário Mínimo — e para eventos de autopromoção do governo, envolvendo festas aos trabalhadores e muitos discursos demagógicos.
Trabalho na era do coronavírus
Confinados devido a pandemia da Covid-19, o feriado do dia 1º de Maio terá suas passeatas e comemorações adaptadas em diversos lugares no mundo para evitar aglomerações e preservar a saúde de todos. “Será inédito na história sindical”, afirmou o historiador francês especialista em movimentos sociais, Stéphane Sirot, para a AFP, agência de notícia francesa.
Durante este período de quarentena é de extrema importância valorizar os trabalhadores de serviços essenciais, frequentemente “esquecidos” e “invisíveis” na sociedade, colocando a própria vida em risco para que seja possível a sobrevivência e a manutenção das nossas vidas. Grandes exemplos desses trabalhadores são os médicos e enfermeiros que trabalham na linha de frente da crise da saúde, funcionários de supermercados, garis, coletores de lixo, guardas, policiais, bombeiros e outros serviços de segurança nacional e defesa civil, além de muitos outros.
No Brasil, as passeatas organizadas pelos sindicatos costumavam reunir multidões nas ruas, em shows e festas pelo país, principalmente na capital paulista. Entretanto, com o isolamento social as comemorações serão adaptadas. Alguns sindicatos irão adotar o formato das lives produzidas pela internet, iniciada às 10h do dia 1º, irá contar com a programação de uma série de apresentações intercaladas com discursos de líderes sindicais na “Live do Trabalhador’.
Além disso, alguns artistas como o britânico ex-vocalista da banda Pink Floyd, Roger Waters, divulgou que terá um vídeo exibido na live às 11h30, cantando “ We Shall Overcome”, música americana que marcou os direitos civis no século passado.
Na Itália, o grande show que tradicionalmente é organizado pelas principais centrais sindicais nesta data, será exibido ao vivo por um canal público com o título “Trabalho seguro: construindo o futuro”. Já no Reino Unido, os eventos foram cancelados, mas será exibido um vídeo curto nas redes sociais em que os britânicos agradecem a um trabalhador que fez diferença na sua vida.
Em Cuba, a Central de Trabalhadores pediu às pessoas que celebrem em suas casas e estimulou publicações nas redes sociais. E a Noruega e a Suécia celebrarão pela internet com o lema “segurança para a saúde e o trabalho”.
*Informações do InfoEscola, Estado de Minas Internacional e Folha de S. Paulo.
Por Communicare Jr. | Mariana Palermo