Saiba os cuidados e as recomendações que devemos ter com os produtos de limpeza ao higienizar objetos e superfícies
Preocupados com a transmissão do vírus, a limpeza de embalagens, superfícies e da própria casa tem se intensificado muito durante esta pandemia que estamos vivendo. Um estudo divulgado na revista “New England Journal of Medicine” realizado por cientistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) na Universidade da Califórnia, de Los Angeles e de Princeton, mostrou que o vírus pode sobreviver por até 3 dias em superfícies de plástico ou aço.
Já em tecidos, Flávio Fonseca, virologista e integrante do centro de pesquisa de vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) explica que não há estudo sobre o tempo de sobrevivência do vírus em diferentes tipos de tecido. No entanto, as pesquisas apontam que os patogênicos em geral podem sobreviver por até 96 horas nos tecidos. “Como tecidos são porosos, muitas vezes os materiais orgânicos — gotículas de saliva e secreção respiratória — ficam retidos nos poros e às vezes fica limitada a acessibilidade do sabão e da água. A proteção desses poros aumenta a sobrevivência do vírus de 72 a 96 horas”, explica.
Limpeza dos tecidos
O professor Júlio Borges do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), de São Carlos recomenda que as roupas utilizada fora de casa sejam lavadas separadamente, com água e sabão e, de preferência, em água quente. “Quando você coloca uma roupa pra lavar, a limpeza depende da ação do sabão, de suas prioridades e da água levar a sujeira embora. O poder desinfetante vai depender da quantidade de sabão, do tempo de molho e principalmente, do sabão alcançar onde está a sujeira, no caso, o vírus. Para o caso do vírus, a recomendação é que a roupa utilizada para fora da casa, seja única e seja lavada em separado”, alertou.
Limpeza de superfícies inanimadas
Uma informação importante que muita gente não sabe é sobre o perigo em misturar produtos de limpeza. Na hora de limpar a casa, é comum as pessoas pensarem que a mistura de produtos potentes, irá potencializar ainda mais a limpeza, mas isso não é verdade. O professor de química orgânica da Universidade federal de Lavras, Sérgio Scherrer divulgou recentemente em seu instagram (@sergioscherrer), uma coletânia de imagens que alertam seus seguidores sobre esse perigo. “Misturar produtos de limpeza em casa é algo totalmente não recomendado. Muitos desses produtos de limpeza são feitos a partir de substâncias que reagem entre si, gerando compostos gasosos que podem fazer muito mal, dependendo da quantidade que se inale’, contou ele.
Álcool 70%, sabão, desinfetantes, detergente, limpadores multiuso com cloro ou álcool, são produtos de limpeza recomendados por Sérgio para eliminar o vírus da superfície, “Devem ser utilizados individualmente, sem misturar”, alerta.
Algumas dicas do Professor Sérgio Scherrer:
Exemplos de produtos que não podem ser misturados com água sanitária
Vinagre
A mistura da água sanitária com vinagre libera cloro gasoso — gás tóxico que pode causar problemas dependendo da quantidade inalada. O uso dos produtos separados e em pequena quantidade (15 ml de água sanitária para 1 litro de água) para a lavagem de alguns alimentos não oferece risco, desde que não sejam usados juntos.
Desinfetante
Ao misturar desinfetante a base de amoníaco com água sanitária é liberada tricloramina, que poderá causar queimaduras pela mucosa do trato respiratório e asfixia se produzida em ambiente fechado.
Álcool
Clorofórmio é a substância liberada por essa mistura. Ela pode causar problemas nos pulmões, no fígado, nos rins e pele. Além de prejudicar os olhos, o sistema nervoso e causar enjoos.
Limpeza de aparelhos eletrônicos
Na era digital que estamos vivendo, o aparelho celular não sai da mão da maioria das pessoas. Portanto, é de extrema importância fazer a higienização do aparelho.
O Conselho Federal de Química (CFQ), sediado em Brasília, recomenda que a limpeza de equipamentos eletrônicos seja feita com álcool isopropílico, tendo em vista que é menos miscível em água, dificultando a oxidação das peças. Entretanto, tome cuidado com a quantidade aplicada, não molhe o equipamento, utilize apenas o suficiente para umedecer o pano lenço ou papel.
Informações do Ministério da Saúde, Conselho Federal de Química e G1.
Por Communicare Jr. | Mariana Palermo