Em combate ao aumento dos índices de violência doméstica contra mulheres no país durante a pandemia, diversos grupos independentes lançam iniciativas e plataformas de auxílio para essas vítimas.

Em tempos de isolamento social, em que há o aumento da convivência, somado ao estresse econômico proveniente da pandemia, está sendo possível notar o aumento dos casos de violência doméstica contra mulheres em diversos estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Diante disso, além das medidas estatais de combate, fizeram-se necessárias iniciativas independentes de apoio a esse público atingido.
Segundo dados do TJRJ, o aumento das denúncias foi de cerca de 50%, em São Paulo o número de medidas protetivas decretadas com urgência elevou-se em 30% em apenas um mês, de acordo com a nota publicada pelo Núcleo de Gênero e do Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOCrim) em conjunto com o MPSP. Além disso, Acre, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pará também tiveram aumento de ocorrências em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Diante dessa situação, o projeto Mete a Colher realiza atendimentos via internet para mulheres que buscam ajuda para sair de um relacionamento violento. Segundo a cofundadora, Renata Albertim, as vítimas já se encontram bastante desgastadas no momento do contato e precisam lidar com o medo para romper o ciclo de violência, constituindo um processo bastante difícil.

Nas redes sociais, foi levantada a #VizinhaVocêNãoEstáSozinha pela rede Agora É Que São Elas, ação organizada por mulheres que luta por direitos e pela ocupação de espaços de fala. O objetivo foi criar um movimento de solidariedade e demonstrar apoio para o público feminino que se sente ameaçado em seus lares, além de pressionar governadores a estabelecer medidas de auxílio para as vítimas.
Mulheres da área do Direito também movimentaram-se para criar grupos de assistência contra a violência doméstica, como o Projeto Justiceiras, fundado pela promotora Gabriela Manssur, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que reúne voluntárias de diversas áreas. As vítimas podem entrar em contato pelo Whatsapp, pelo número 11 99639-1212 e pela botão “SOS Justiceiras” no aplicativo de entregas Rappi, conseguindo apoio de advogadas, assistentes sociais e médicas. Atualmente, a força-tarefa atua em vinte e três estados e já realizou 1210 atendimentos.
Essas e outras iniciativas têm contribuído para a proteção de inúmeras mulheres em todo o país, auxiliando com denúncias, orientações e apoio psicológico. Além de serem de fundamental importância para a disseminação de informações a respeito do tema para a comunidade como um todo.
Por Communicare Jr. | Luísa Cardoso