Camila Vilela
Surge uma nova economia, um novo jeito de fazer negócio, com menos contato e mais entregas.
Segundo Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores
chances de sobrevivência. Há 60 dias, o Brasil teve que parar e #ficaremcasa
pelo tal ‘motivo de força maior’ que se vê nos contratos. O coronavírus se
espalhou pelo país e nos fez enfrentar a temida imprevisibilidade. No começo,
milhares de lives com conteúdo davam orientações de como ‘apagar incêndio’
nas empresas. E foi assim que, como empreendedora em duas empresas de
eventos, junto a outros milhões de empresários de todos os setores, passamos
os últimos meses: nos adaptando. Profissionais do setor de eventos e
empresas fornecedoras estão se mobilizando em busca de alternativas e
medidas para evitar o desemprego em massa e outras consequências
drásticas que podem ocorrer devido à paralisação do mercado pelo
coronavírus. Redução de custos, revisão de fluxo de caixa, questões
trabalhistas, remarcação de eventos para datas futuras, como o final de 2020,
2021 e até 2022, além de renegociar pagamentos de acordo com cada cliente,
são algumas das medidas que tivemos que tomar. Sempre pensando na
manutenção do relacionamento e buscando ter uma consciência colaborativa
para tentar amenizar ao máximo os prejuízos, quase inevitável a todos.
Então, surge uma nova economia, um novo jeito de fazer negócio, com menos
contato e mais entregas. Na prática, adaptei os serviços oferecidos por minhas
empresas, levando-os até as pessoas. Na Magic Eventos, inspirada em um
serviço que era feito nas festas, criei um novo produto: as fotos lembrancinhas,
são reveladas em formato de polaroid, personalizadas e entregues, para que
os clientes matem um pouquinho da saudade das pessoas que estão longe
nesse momento. Já na Flairs Coquetelaria, iniciamos a ‘Flairs em Casa’, dando
a oportunidade de os clientes terem a experiência de serem bartenders.
Enviamos todos os insumos artesanais, utensílios, fichas técnicas com receitas
exclusivas, além de vídeo aula com suporte. Nestas ações de adaptação é
importante fazer um alerta quanto à exposição das marcas, pois se não for
planejada, pode trazer prejuízos imensuráveis para o posicionamento das
empresas, ao invés de ser uma salvação para o momento da pandemia. Cuide
de manter a mesma essência que a marca entregava antes, fidelizando
clientes, surpreendendo nos detalhes e, ainda, criando conexão emocional
nesse momento tão ímpar.
Camila Vilela é membro do Aciub Jovem e diretora de experiências da Magic Soluções Criativas e Flairs Coquetelaria.