Mônica Cunha
Fotos Bruno Fernandes | Arquivo Pessoal
Essa pulseira é meu símbolo de ‘vai dar tudo certo’
Essa pulseira é meu símbolo de ‘vai dar tudo certo’, falta pouco.
Não sei se coincidência, mas antes mesmo do vírus dar as caras por aqui eu
passei a usar uma pulseira com seis flores. As pétalas são em lilás claro e o
miolinho quase bordô. Outro dia, uma das pessoas que acompanham o Manhã
Total reparou no meu braço. Foi aí que me dei conta de que sem querer o
acessório virou meu amuleto. E percebi que, além das orações, as flores
unidas por pequenas esferas não era só um enfeite. Agora são mais: também
são beleza e força. Pelo menos assim decidi que é. É só um objeto, mas
acredito que em alguns momentos eles podem trazer um significado para a
vida da gente. Aprendi que objetos, canções e outras referências do nosso
cotidiano funcionam como uma âncora que, naqueles momentos mais críticos,
sofridos, se a gente pensar ou olhar para eles, despertamos os melhores
sentimentos que temos para seguir o rumo. Essa pulseira é meu símbolo de
‘vai dar tudo certo’, falta pouco. Comprei essa pulseira de rosas em terras
desérticas. Estava em uma lojinha da mesquita de Abu Dhabi. Sim,
lembrancinhas até mesmo onde se reza. Havia outras, mas essa me fez gastar
porque as pedrinhas nela significam equilíbrio e vigor. Há poucos dias trouxe
companhia para ela: um terço rosa, com contas minúsculas, que ganhei da
minha avó Divina quando menina. Tirei do meu espelho e com duas voltas
ajustei ao braço. Está funcionando. Vem um susto, olho para elas. Vem o
apavoramento, olho de novo. Vem uma boa notícia, faço o mesmo. Assim, meu
jardim não seca, floresce em pleno outono.
Mônica Cunha é jornalista e apresentadora de televisão.
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