Paulo Roberto Orlandini
O turismo não deixará de existir, mas se adaptará a uma nova situação.
Períodos de instabilidade econômica podem ser a porta de grandes
possibilidades para quem é capaz de perceber as necessidades das pessoas,
tem ideias criativas, inovadoras e buscam oportunidades. Um exemplo evidente
pode ser observado no atual cenário, onde é fácil perceber que a alta do dólar
e eventuais barreiras sanitárias trarão dificuldades aos turistas para viajar ao
exterior, a situação possibilitará a exploração dos potenciais de negócios
locais, turísticos regionais e do campo, no entanto, é preciso considerar que a
exploração da atividade turística é recente no Brasil e potencialmente
concentrada em circuitos e roteiros bem divulgados. Apesar da existência
destes circuitos turísticos, quase todos os municípios brasileiros têm atrativos
que formam, ou poderiam formar, outras rotas para serem exploradas pelo
turismo, e, embora seja uma importante atividade econômica, abrangendo o
setor de serviços, o comércio e a indústria, pouquíssimos municípios,
empresas ou pessoas estão preparadas para exploração da cadeia desse
negócio. Seja por recreação, descanso, atividade física, religião, um bate e
volta, gastronomia ou uma pousada rural, o turismo não deixará de existir, mas
se adaptará a uma nova situação. O turista buscará atrações próximas, viagens
curtas e que proporcionem grandes e satisfatórias experiências, mas, para
atender a demanda, o próprio mercado precisará de profissionalização e
profissionais capacitados com boas práticas e atitudes. É óbvio que existem
barreiras técnicas, culturais e políticas para a implantação de projetos
turísticos, apesar delas, existem oportunidades de todos os tamanhos.
Paulo Roberto Orlandini – Gestor de Projetos da Revista Cult e desenvolvedor do projeto Rota do Turista.