Iniciadas em 2019, Uberlândia foi a primeira cidade do interior mineiro a realizar cirurgias com esta tecnologia
O Hospital UMC completa nesta quarta-feira (26) a centésima cirurgia robótica, um marco para Uberlândia e para o UMC, que trouxe este procedimento inédito para o interior mineiro. Até agora, os principais procedimentos realizados nesta modalidade foram a prostatavesiculectomia radical, prostatectomia, retossigmoidectomia abdominal e colectomia parcial, sendo que 67% das cirurgias foram realizadas em homens. Além dos tratamentos urológicos, outras especialidades são atendidas pelo UMC, como cirurgia geral, oncológica, ginecológica e bariátrica. As primeiras cirurgias robóticas foram realizadas em 31 de agosto de 2019, quando o UMC anunciou a chegada do robô Da Vinci®, em uma parceria com o Instituto de Cirurgia Robótica Ciências Médicas da Fundação Educacional Lucas Machado (FELUMA).
Esta primeira centena de procedimentos foi alcançada em menos de um ano, como explica o cirurgião oncológico e coordenador do departamento de cirurgia geral e cirurgia oncológica do UMC, Dr. Michel Jamil Chebel. “Em pouco tempo, atingimos a marca de 100 cirurgias, mesmo em meio a uma pandemia, que por muitas vezes acaba afastando as pessoas de hospitais e tratamentos de saúde. A cirurgia robótica possibilita mais soluções em saúde por meio de um equipamento tecnológico moderno, que evidencia o pioneirismo do UMC quando se trata de novos e eficazes tratamentos e procedimentos cirúrgicos”, explica.
O robô cirurgião permite maior precisão no procedimento, com a visualização de uma imagem de alta definição. Por meio de pinças articuladas, o robô, guiado pelo médico, realiza uma dissecção cautelosa e minuciosa dos tecidos, sendo minimizada a ocorrência de hemorragias, além de potencializar a recuperação do paciente após o procedimento. Menos invasiva e mais concisa, a cirurgia robótica contribui para a maior ergonomia e redução de tremores por parte de médicos cirurgiões, entre outras vantagens, como a redução do tempo de hospitalização, abreviação do prazo de retorno às atividades cotidianas, diminuição da dor e de possíveis complicações no período pós-operatório, menor risco de infecção hospitalar e redução na dose de medicamentos no pós-operatório.
Desde 1998, a cirurgia robótica vem sendo utilizada nos Estados Unidos, e chegou ao Brasil em 2006. A implantação da cirurgia robótica na Unidade Hospitalar do UMC tem como objetivo propiciar atendimentos cirúrgicos de alta tecnologia e oferecer formação e especialização dos médicos. Trata-se de um recurso avançado, com atributos que beneficiam expressivamente o paciente e a atuação médica, como reforça o diretor administrativo e financeiro do UMC, Dr. Alexandre de Menezes Rodrigues. “Para o UMC, a inovação é um dos pilares deste que é o primeiro centro de saúde multiplex da região. Um complexo de saúde que reúne unidade hospitalar, centro clínico, laboratórios e alameda de serviços, convergindo diversas especialidades e conveniências para pacientes e corpo clínico. A cirurgia robótica é um exemplo da busca por evoluções constantes. Fazemos da tecnologia um instrumento para tratamento, diagnóstico e prevenção, com foco nas necessidades humanas e nas particularidades de cada paciente. Projetamos um crescimento exponencial no número de cirurgias robóticas, com a previsão de realizar de 300 a 350 cirurgias por ano”, destacou o diretor.
Como funciona a cirurgia robótica?
- Em uma cirurgia robótica, o robô é manipulado pelo cirurgião, não possuindo autonomia sobre decisões, pois é utilizado como uma ferramenta para melhorar a eficácia. Com o robô, o cirurgião tem acesso a imagem 3D, com aumento de visibilidade em 10 vezes, além de alta definição de cores e contrastes. Assim, ele consegue enxergar a estrutura que está sendo trabalhada de uma forma que não seria possível no procedimento tradicional.
- O cirurgião utiliza o console para o manuseio dos quatro braços cirúrgicos do robô, sendo que existe um dispositivo de segurança que filtra eventuais tremores das mãos do médico, conferindo maior precisão ao procedimento. Além disso, o console acusa se o médico tirar o rosto da tela, interrompendo o robô.
- As incisões iniciais e a sutura final são realizadas manualmente pelo o cirurgião auxiliar, que fica ao lado do robô, junto com a equipe de enfermagem, todos preparados e treinados para estes procedimentos, seguindo protocolos internacionais e exigência de certificação para atuação.
- O lançamento do robô Da Vinci®(Intuitive Surgical, Sunnyvale, CA) tem aprovação do FDA (Food and Drug Administration) desde o ano 2.000 para utilização em pacientes.
Vantagens da cirurgia robótica?
Além da maior visibilidade da área da cirurgia e maior precisão na operação, outras vantagens em relação à cirurgia convencional são:
- O robô oferece melhor ergonomia para o médico, possibilitando movimentos que chegam a 360° de rotação, permitindo o acesso a estruturas que não são possíveis em outras modalidades cirúrgicas;
- Cirurgia menos invasiva, com cortes menores e redução de traumas nos tecidos;
- Redução no sangramento e nas dores e riscos de infecção;
- Redução de tempo de internação e melhor recuperação do paciente;
- Redução de medicamentos no pós-operatório.