Atriz Renée Zellweger brilha em tudo que faz neste filme.
Como sempre digo, filmes baseados em histórias reais na maioria das vezes são bons. E quando se tratam de personalidades famosas que deixaram um legado na história da arte costumam ser melhores ainda. E “Judy: Muito Além do Arco-Íris” é uma das melhores produções que assisti durante a temporada de premiações em 2020. O longa se passa em 1968. Com a carreira em baixa, Judy Garland (Renée Zellweger) aceita estrelar uma turnê em Londres, por mais que tal trabalho a mantenha afastada dos filhos menores. Enfrenta a solidão e os conhecidos problemas com álcool e remédios, compensando o que deu errado em sua vida pessoal com a dedicação no palco. O roteiro se limita a nos mostrar esta parte final da carreira da talentosíssima Judy Garland, atriz, cantora, dançarina e uma das principais referências da indústria cinematográfica norte-americana. A infância conturbada de Judy é revelada através de flashbacks, mostrando-nos o sucesso incrível e prematuro que teve desde que foi escolhida para ser a Dorothy Gale no clássico “O Mágico de Oz”. Mas esta escolha foi um acerto, até porque se você pesquisar tudo sobre o que aconteceu depois deste filme vai perceber que a história dela daria para fazer pelo menos uns três filmes ou até virar uma série com vários capítulos. A história é baseada em pesquisas feitas sem a participação dos três filhos de Garland que aparecem no filme, especialmente a excelente cantora e atriz Liza Minelli. O filme é perfeito tecnicamente e nos traz uma atuação brilhante e arrasadora da atriz Renée Zellweger. Pra quem não se lembra dela, é aquela loirinha que fez “Diário de Uma Paixão”. A atriz, que em 2004 ganhou o Oscar por “Cold Mountain” como Melhor Coadjuvante, arrebatou todos os prêmios de 2020 (21 no total) como Melhor Atriz. Zellweger brilha em tudo que faz nesse filme. Canta muito bem (sem dublagem) e encarna perfeitamente o temperamento forte de Judy Garland. Os trejeitos, as expressões faciais, o olhar triste, o jeito de falar, a maneira como mexe a boca quando fala, o modo como anda. São detalhes tão perfeitos que só assistindo ao filme pra comprovar e reverenciá-la por ter levado para sua galeria de prêmios, neste ano, o cobiçado Oscar de Melhor Atriz por “Judy: Muito Além do Arco-Íris”.
Nota 9
Kelson Venâncio é jornalista, crítico de cinema e diretor-presidente da rede de mídias Cinema & Vídeo | www.cinemaevideo.com