Pacientes oncológicos já são vacinados em Uberlândia, mas há restrições. Tire suas dúvidas

Pessoas com câncer que façam uso de medicamentos imunossupressores, tenham realizado tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses e/ou que sejam portadores de neoplasias hematológicas já começaram a ser imunizadas

Na nova fase da vacinação contra a Covid-19 já iniciada em Uberlândia, está incluído o grupo com pessoas imunossuprimidas, classificadas de acordo com o Programa Nacional de Imunização (PNI), contudo, a notícia pode gerar dúvidas entre a população. Isso porque desde o anúncio do início da vacinação no país, feito em dezembro de 2020, a lista de comorbidades sofreu ajustes e atualizações, além de prever restrições a serem consideradas diante da falta de doses de imunizantes disponíveis que o país ainda enfrenta. Este é o caso de quem tem câncer, cuja inclusão nos critérios estabelecidos até o momento considera algumas especificidades descritas como pré-requisitos, o que pode causar dificuldade no entendimento de quem efetivamente está contemplado nesta nova fase do programa.

Seguindo a classificação da PNI, em Uberlândia passaram a ser vacinados na nova etapa, a parcela da população considerada imunossuprimida, que são: pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; pessoas com neoplasias hematológicas; pessoas em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias. Além deles, também estão contemplados nessa relação de comorbidades, os transplantados de órgão sólido ou de medula óssea e aqueles que têm HIV positivo.

O governo municipal determina a realização de um cadastro para a vacinação e já podem se registrar para ser imunizados aqueles que se encaixam nos critérios estabelecidos e que tenham entre 18 e 59 anos. A prioridade é vacinar os mais velhos, no limite da faixa etária definida e a medida que houver o direcionamento de mais doses, a vacinação é ampliada para pessoas com idades inferiores. O cadastro obrigatório é feito pelo site da Prefeitura e nele é necessário comprovar que o paciente faz parte do grupo de pessoas com comorbidades incluído nesta etapa da vacinação. No caso daqueles que fazem acompanhamento na rede privada, é preciso apresentar o formulário padrão do atestado médico disponibilizado na plataforma. Pessoas que já realizam o acompanhamento médico na rede municipal de saúde, no momento de realizar o cadastro, não precisarão anexar o laudo, pois o sistema automaticamente identificará as comorbidades do paciente.

Para especialistas da área oncológica, esse primeiro passo para a priorização de quem luta contra tumores malignos deve ser celebrado. Porém, ainda é preciso avançar mais no olhar para quem tem câncer e para a falta de uma programação mais criteriosa. 

“Essa ausência de uma agenda que se mostre mais abrangente, considerando um contingente mais amplo de pacientes e de forma mais específica, nos preocupa. O que incomoda é a falta de perspectiva para os pacientes com câncer de outras faixas etárias em tratamento ativo e aqueles que atualmente estão seguindo outras linhas terapêuticas não mencionadas no documento atual”, comenta Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas. 

O médico liderou um estudo que mostra que pacientes oncológicos têm taxa de mortalidade por covid-19 mais alta em comparação à população em geral e até outros perfis de comorbidades. A pesquisa, publicada no início de 2021 pelo Journal of Clinical Oncology (JCO), comprova que a letalidade entre brasileiros com câncer contaminados pelo novo coronavírus atingiu um índice seis vezes superior ao de outros grupos. Em alguns casos, como de leucemia e câncer de pulmão, a situação se mostra pior. A mortalidade geral por complicações de Covid-19 foi de 16,7%, sendo que, em modelos univariados, os fatores associados à morte após o diagnóstico de contaminação pelo coronavírus foram tratamento em um ambiente não curativo, tabagismo atual ou anterior, comorbidades coexistentes e câncer do trato respiratório.

“Graças aos avanços da ciência e da medicina, contamos atualmente com um arsenal de alternativas de cuidado para assegurar acima de tudo a qualidade de vida no combate ao câncer. O ponto central do debate, todavia, é que para cada um desses pacientes a imunização contra a Covid é essencial para que sigam suas rotinas em segurança”, frisa Bruno Ferrari.

Para ajudar a sanar as dúvidas dos pacientes oncológicos sobre quem pode ou não receber a dose do imunizante de acordo com o calendário atual, e como será o processo, esclarecemos a seguir as questões principais sobre essa nova etapa da vacinação contra a COVID-19:

 

Qual o perfil de paciente oncológico incluído no grupo de prioridades a ser vacinado neste momento?

Já podem se cadastrar para a vacinação em Uberlândia aqueles que estão na faixa etária entre 18 e 59 anos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; pessoas que façam uso de imunossupressores; e pessoas com neoplasias hematológicas. Entram ainda nessa categoria os transplantados de medula óssea. Os primeiros a serem vacinados são os mais velhos, no limite da faixa etária estabelecida para o cadastro e a ampliação para as idades inferiores acontece mediante o recebimento de mais doses. Os pacientes devem ficar atentos ao agendamento de sua vacinação, que pode ser consultado no portal da Prefeitura ou informado através do envio de uma mensagem de texto no celular cadastrado. 

 

É seguro o paciente oncológico se vacinar contra a Covid-19?

Sim, as vacinas disponíveis atualmente são seguras para o paciente oncológico. A recomendação é de que, de toda forma, consultem seu médico antes sempre, pois ele pode considerar possíveis exceções e avaliar o melhor momento para a vacinação. Mas, em geral, não há problema e nem contraindicações para quem tem câncer.

 

Como faço para comprovar que sou paciente oncológico?

O PNI prevê a necessidade de comprovação da comorbidade, havendo exigência de atestar que a pessoa está dentro dos critérios e em condições de tomar a vacina. Em Uberlândia, os pacientes oncológicos precisam realizar o cadastramento no site da Prefeitura (www.uberlandia.mg.gov.br/coronavirus/cadastro-vacinacao/). Para aqueles que fazem tratamento na rede privada, é necessário fazer o download do formulário padrão do atestado disponibilizado no portal, que deverá ser preenchido e assinado por um médico, e anexado ao cadastro. Já aqueles pacientes que o acompanhamento é realizado na rede municipal de saúde, o sistema automaticamente realiza o preenchimento das comorbidades e fica dispensado o anexo do atestado padrão. É preciso lembrar que, além dessa comprovação, é necessário atentar para os critérios de idade determinados e no momento da vacinação, portar o documento de identidade e o cartão de vacinas.

 

Quando poderei me vacinar? 

É importante acompanhar atentamente o calendário de imunização divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, que no momento prioriza a vacinação de pessoas com comorbidades, entretanto realiza recortes de datas por grupo de idade e agenda a vacinação de acordo com a quantidade de doses recebidas. 

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