Dois humoristas, um com reconhecimento regional, o outro com expressão nacional, ambos se apresentam e empreendem no humor, criam tournées com outros comediantes, movimentando o mercado do entretenimento, e provam que é possível viver fazendo aquilo que se ama. Cristiano Jhow e Luiz França.
Como vocês descobriram que o humor era também um bom negócio?
Jow: Na verdade não era um negócio e sim um produto. Comecei a frequentar teatros e boates e percebi a carência de produtores para levar o Stand Up em cidades menores, hoje meu circuito tem 20 cidades no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.
Luiz: Comigo eu comecei a fazer shows em bares no Rio de Janeiro e comecei a perceber que eu podia melhorar o cachê que me pagavam, passei a dar preço, passei a falar o quanto eu queria ganhar por aquele show e as coisas foram mudando.
… e este mercado depende de que?
Jow: Na parte da produção dependemos muito de apoio cultural, pois o Brasil peca muito nessa parte, os empresários em geral só se interessam em investir no Sertanejo ou no Futebol, e como não temos muito apoio, muitas vezes precisamos aumentar o valor do ingresso para dar conta de todos os gastos e aí perdemos muito público potencial.
Luiz: Talento, mas também das oportunidades criadas pelo mercado. A oferta e procura também se aplica ao humor, a internet hoje é um celeiro disso, as pessoas querem se divertir, querem subir seu astral, então tem demanda.
Por onde começa seu planejamento enquanto empreendedor?
Jow: Vou percebendo a necessidade, as agendas e vou fechando as datas, como humorista, muitos já conhecem meu personagem Ketlim Matarazzo e o meu Stand Up como Cristiano Jow, então já facilita.
Luiz: Aprendi a produzir humor, na “marra”, eu via a deficiência na produção em geral e convidei um amigo, abrimos uma empresa e hoje produzimos humor até no Japão. Trabalho com humoristas locais, com nomes nacionais e fora do Brasil é mais complicado, pela questão burocrática, mas temos conseguido.
Na época do “não se pode dizer nada” como sobrevive o humorista?
Jow: Sou fã do Leo Lins e Rafinha Bastos pela inteligência nos textos, sou a favor da risada, mesmo que me custe perder o amigo, se eu tiver que fazer uma piada, farei, portanto pedir desculpas pelo texto dito, isso nunca! #csaaaaaaaabe!
Luiz: Muita gente ainda não entende o Stand Up, não somos personagens. Nosso trabalho é fazer piada com as situações do dia a dia, contudo temos que ter um bom senso.
Fernando Prado é apresentador de tv, rádio, internet e eventos. Assessor de comunicação e produtor de conteúdo para terceiros. Está no YouTube através do canal fernandoprado.com/td
I Comunicador Multimídia: Fernando Prado I Divulgação: Leo Crosara I