O BRASIL POSSUI 45 MILHÕES DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PCDS)
De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 45 milhões de Pessoas com Deficiência (PCDs), ou seja, 24% da população brasileira é composta por pessoas que possuem algum tipo de deficiência. O número deveria fazer com que conviver com um indivíduo com deficiência fosse algo comum, mas, basta olhar ao redor, para entender que, na prática, não é bem assim que acontece.
1. Não chame uma pessoa de deficiente. O termo mais adequado é pessoa com deficiência. Ao chamá-la de deficiente ou de portadora de deficiência, dá-se a ideia de que o indivíduo é defeituoso, quando na verdade, a deficiência é uma combinação entre os impedimentos que são particulares da pessoa e as barreiras existentes na arquitetura, na comunicação, nos meios de transporte e na atitude da sociedade.
2. Não trate pessoas com deficiência como especiais, coitadinhos ou heróis. A pessoa com deficiência não tem “superpoderes” de superação, não espera ser exemplo, nem é menos do que os outros indivíduos. A condição de deficiência é apenas uma entre tantas outras características que a constitui como indivíduo.
3. Não infantilize a pessoa por causa da deficiência. Tratar alguém com deficiência como criança é subestimar sua autonomia e capacidade de compreensão e decisão. Converse com ela de acordo com sua faixa etária.
4. Nunca toque na pessoa com deficiência ou em sua cadeira de rodas sem a sua permissão, mesmo que sua intenção seja ajudar.
5. Não evite falar com a pessoa, dirigindo-se a quem está ao lado dela. Pergunte diretamente ao indivíduo a melhor forma de atendê-lo ou ajudá-lo. Jamais se dirija ao acompanhante de uma pessoa que aparenta ter um impedimento para tratar de assuntos referentes a ela. Ao falar com um cadeirante, por exemplo, o ideal é se abaixar para conversar na mesma altura que ele. Se a pessoa, por qualquer motivo, não conseguir se fazer entender, pode ter certeza de que quem está com ela irá se manifestar em seu lugar.
6. Não ache que uma pessoa com deficiência precisa sempre de ajuda. O melhor a fazer é perguntar se a pessoa precisa de ajuda e como você pode ajudá-la. Para colaborar com um cego no metrô, por exemplo, ofereça um ombro como apoio, nada de puxá-lo pelo braço. Tocar na roupa do indivíduo, na cadeira de rodas, muleta ou bengala sem consentimento é grosseria e não solidariedade.
7. Não faça perguntas íntimas por curiosidade. Se você não perguntaria a um desconhecido qualquer sobre sua vida sexual, não faça isso com uma pessoa com deficiência. Também contenha a vontade de questionar se a pessoa nasceu com a deficiência ou se a adquiriu. Ao estabelecer uma relação com o indivíduo, ele decidirá se contará sua história, como e quando.
8. Não subestime a capacidade da pessoa de aprender e/ou entender. Toda pessoa aprende, sejam quais forem suas particularidades intelectuais, sensoriais e físicas.
9. Livre-se do pensamento de que pessoas com deficiência querem privilégios. Essa busca pela redução e eliminação de barreiras não é uma construção de privilégios e, sim, uma adequação dos espaços e das relações para a equiparação de oportunidades. Rampas e elevadores, por exemplo, permitem a livre circulação de todas as pessoas. Pensar em espaços acessíveis favorece a autonomia de todas as pessoas, incluindo aquelas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida.
10. Tenha em sua mente que diferença não é sinal de inferioridade. Eduque seu olhar e ajude a mudar a história de preconceitos que a Pessoa com Deficiência sofre no Brasil.
Sou Karolina Cordeiro, uma mãe que transforma a experiência de ter um filho com deficiência em aprendizado e oportunidade de criar relações significativas e importantes para um mundo melhor. O Pedro, meu filho, tem 12 anos, está no 6º ano do Ensino Fundamental numa escola Pública Municipal.