Ana Maria Lahor | Publicitária
Indústria 4.0 está influenciando todos os setores da sociedade no mundo.
Sem dúvida você já ouviu falar na Indústria 4.0, a Nova Onda que está influenciando todos os setores da sociedade no mundo. Está transformando os processos e a vida em sociedade, em virtude das mudanças constantes, das práticas disruptivas, avanços tecnológicos e as transições com a inovação. Em linha com a edição especial da Cult versão 4.0, focada em tecnologia e inovação, decidi contar um pouco sobre a experiência genial que tive num megaevento de imersão chamado Pixel Show, entre os dias 30 de novembro a 2 de dezembro de 2019, em São Paulo. O maior legado para quem participa deste tipo de evento é a inspiração para oxigenar e renovar as ideias com o que há de melhor no mercado criativo, além de explorar tendências e oportunidades para enxergar diferentes possibilidades para o futuro. Foi possível interagir com dezenas de palestrantes das áreas de ilustração, design, publicidade, animação, cinema, moda, etc. O networking, a troca de ideias e experiências inspiraram de forma inovadora e criativa durante os três dias de palestras, feiras, conferências, premiações e workshops. Decidi compartilhar o conteúdo de uma das palestras favoritas, com dois profissionais de renome nacional e internacional. Renato Winning da Natura, e Danilo Cid do Estúdio de Design Ana Couto, falaram sobre forças criativas e criação, que nada mais é do que “dançar com o estranho”. E em meio à era de constante evolução e experimentação, o estranho vem à tona como algo necessário para “colocar tempero e cor” no que é insosso.
Apontam então as cinco dimensões do estranho:
O Erro – O erro faz parte da vida e é muito importante saber se apropriar dele, assim como fez a 3M com os amados post-its. Em 1968, o engenheiro Spence Silver trabalhando em um projeto de uma cola, notou que quando grudava a cola
em outra superfície, ela não só fixava, mas também não perdia força, podendo ser colocada em outra superfície.
A Subversão – Joãozinho Trinta, carnavalesco, sempre foi avesso aos padrões que se conhecia como certos. Ele sempre gerou novas experiências, subvertendo a lógica.
O Questionamento – A Campanha “Sinta o Brasil que Arrepia”, da Perfumaria
Natura, que por meio de versos, mostrou que a beleza deve ser tratada como
verdade do cotidiano, na simplicidade e sutileza do dia a dia.
A Vulnerabilidade – Um projeto de Neri Oxman, uma designer e professora americana-israelense do MIT, criou uma plataforma com ajuda de mais de 6 mil bichos de seda, onde uma única trama de ceda fazia parte da construção abstrata e única para expor através da arte, que se quisermos sobreviver, precisamos nos empoderar da nossa vulnerabilidade e sair do senso comum.
A Improvisação – Nós, brasileiros, somos muito bons em improvisar e gerar soluções de forma criativa. Glauber Rocha, cineasta, ator e escritor brasileiro, personagem marcante no movimento Cinema Novo, em seus filmes, usava atores locais, moradores próximos das locações de filmagens e captava todas as imagens apenas com luz natural, mostrando que o improviso é também uma
arte e está presente nas maiores obras nacionais. Muitas são as reflexões que ficam, dentre elas, a que inovação não está necessariamente ligada às tecnologias ou vanguarda. Inovar é transformar e quebrar paradigmas com disrupturas, colocando tempero e cor no que é insosso, em busca de soluções cada vez mais criativas.
Ana Maria Lahor é publicitária, proprietária da Soul Inteligência Criativa e docente na área de Comunicação e Marketing.