A pergunta que não quer calar é: estaríamos nos encaminhando para uma nova onda de cooperação e solidariedade internacional não vista em 75 anos?
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Durante tempos como os que estamos enfrentando, é normal nos preocuparmos, passar horas nos fazendo perguntas, ponderarmos e especularmos, as vezes de maneira negativa, sobre como estará o mundo após essa crise de saúde pública em que grande parte da população está em isolamento físico e social.
Há muita discordância entre analistas de todo mundo acerca deste tópico, mas um panorama é consenso: o mundo não será o mesmo, de uma maneira ou de outra. São muitas as perspectivas a serem observadas e aspectos para explorar e estudar, do mesmo modo que há tantas realidades distintas a serem consideradas.
A reflexão sobre modelos econômicos e sistemas políticos e o impacto que sofrerão é inevitável, porém sabemos, por meio das experiências históricas, que cada país terá que lidar com efeitos específicos e não que há um modo de saber de antemão quais serão ou a dimensão desses efeitos, como afirmou a historiadora Ana Karine Martins, ao jornal O Povo.
Para vários especialistas, esse é o momento que todas as nações devem se unir, de uma vez por todas, para um propósito maior: o bem estar mundial, tanto no momento, quanto em um futuro cada vez mais próximo. Afinal, a única maneira de solucionar de fato esta crise e mudar o cenário atual parte de ações advindas de um esforço sistemático e coordenado em nível global.
Alguns exemplos seriam as declarações feitas ao Project Syndicate, organização internacional de mídia sem fins lucrativos, feitas por figuras como ex-Primeiros Ministros ou Chefes de Estado e pesquisadores de diversas Universidades ao redor do globo, que afirmam que o multilateralismo se prova necessário e que o sistema de ajuda internacional deve ser melhorado para
favorecer bens públicos mundiais.
“A solidariedade é o novo egoísmo”
Federica Mogherini
A diplomata italiana e Alta Representante para Política Externa e Segurança da União Europeia entre 2014 e 2019, Federica Mogherini, ressalta a importância de uma consciência generalizada de que existe, sim, uma comunidade global, e o que se desenrola ou acontece em qualquer lugar do mundo pode ressoar por todo o planeta. Portanto, “em um mundo interconectado como o nosso, a única maneira eficaz de cuidar de si mesmo é cuidando do próximo”, aponta.
Em uma escala menor, durante esse período pandêmico, ações voluntárias e iniciativas de civis e organizações para ajudar tanto a população geral, como também, em especial, pessoas nos grupos de risco e profissionais da saúde – que estão na linha de frente desta batalha, reacenderam a esperança de dias melhores e com mais empatia para muitas pessoas.
Por todos os lados se percebe ideais para o futuro do mundo sobre a revalorização do espírito coletivo e da saúde como bem primordial da vida surgindo. Esperançosamente, essas são as opiniões corretas e que vão predizer a situação da nossa sociedade após essa crise inesperada. O tempo nos dirá.
Por Communicare Jr. | Gabriela Pina