Por todo o mundo há várias iniciativas e projetos de cientistas e pesquisadores de diversos campos a fim de amenizar os efeitos da crise de saúde mundial
O fato de estarmos no início da era da inteligência artificial não é novidade para ninguém. Porém, o que essas tecnologias cada dia mais avançadas podem fazer por nós, não é tão amplamente divulgado, uma vez que em muitos casos são projetos experimentais e estudos em desenvolvimento. Diante da realidade que estamos enfrentando, surge mais uma questão: como a ciência não-farmacêutica pode nos ajudar em meio a uma pandemia?
Na China foi criado um algoritmo que auxilia os médicos a determinarem com mais precisão se o paciente apresenta sintomas de infecção por coronavírus ou por outras doenças, como a pneumonia. Além disso, também há um programa desenvolvido para medir a temperatura da população e indicar quem apresenta febre leve, a partir da visão de computador.
Em várias partes do mundo, os assistentes virtuais estão sendo usados para desafogarem as linhas de emergência e evitarem a sobrecarga dos hospitais, com intenção de diminuir a carga de trabalho dos profissionais de saúde e combater as fake News, que são facilmente espalhadas e podem causar pânico ou incentivar a adoção de atitudes prejudiciais à saúde individual e coletiva, através de sites e aplicativos.
Nos Estados Unidos, Hyro, um assistente virtual gratuito, é usado para combater a pandemia. O sistema dá orientações baseando-se nas informações fornecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país. Essa medida foi adotada com a finalidade de ajudar a gerenciar as chamadas e dúvidas da população feitas às instituições médicas e organizações de saúde dos EUA.
Em outros lugares do país, como na capital Washington D.C., foram utilizados robôs no tratamento de pacientes em estado não-grave, pois ao fornecer consultas remotamente, impedem a contaminação entre médicos e pacientes.
Já em Israel está em uso um sistema, que a partir da combinação das respostas dos cidadãos às questões como os sintomas que apresentam, o lugar onde estão e as medidas de isolamento que estão tomando, identifica os possíveis focos de contaminação com antecedência, de forma que as autoridades locais possam tomar medidas preventivas e específicas.
Ciência Nacional
No Brasil, um dos maiores problemas enfrentados é a falta de equipamento necessário para o tratamento de pacientes, principalmente os que apresentam insuficiência pulmonar, uma vez que não existem respiradores o suficiente para todos. Enquanto o mercado ainda se adapta para uma produção em grande escala dos mesmos, várias iniciativas são tomadas.
A Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) entregou ao SAMU respiradores de ar recuperados após mutirões de manutenção nos laboratórios dos cursos de engenharia, para serem usados durante a pandemia. A equipe da Escola Politécnica da USP criou o Inspire, um ventilador pulmonar emergencial de baixo custo e sem peças importadas, que pode ser usado na falta de respiradores, sendo menos complexos e mais rápidos de montar.
Há também a parceria entre o Instituto Mauá de Tecnologia e a Mercedes-Benz, para produzir respiradores a partir da adaptação do Ambu, comum no meio médico, também conhecido como ressuscitador manual. Outra empresa que começou a fabricar respiradores de baixo custo para a situação emergencial foi a startup Pi Project Robótica e Automação, sediada em Sorocaba.
Outra parceria que está trazendo inovação para o mercado envolve a startup de biotecnologia ambiental Biotecam, o Instituto Federal Fluminense (IFF) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII). A iniciativa dessa parceria é adaptar um equipamento usado para limpar e oxigenar corpos de água poluídos para que possa limpar o ar contaminado do vírus do Covid-19, principalmente unidades de saúde, tendo como objetivo reduzir a contaminação feita por gotículas dissipadas no ar que carregam o vírus.
São cientistas e pesquisadores de vários campos, como TI, biomedicina, robótica, mecânica, etc que estão trabalhando incessantemente para fazerem a sua parte e ajudarem as pessoas a lutarem contra a pandemia do coronavírus e contribuírem para a história da ciência.
Por Communicare Jr. | Gabriela Pina