Laura Lany
Fotos Arquivo Pessoal | Divulgação
A crise do novo coronavírus impactou diretamente na oferta e demanda das empresas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou, no dia 11 de março, a pandemia
do novo coronavírus, notícia que abalou todos os setores, inclusive o mercado
financeiro. Nesta data, os preços da Bolsa Brasileira de Valores despencaram,
chegando aos 10% de declínio, causando o primeiro Circuit Breaker, pausando as
negociações em 30 minutos. Além dos impactos causados pela repercussão da
doença, outros acontecimentos fizeram com que o Ibovespa chegasse a quedas
históricas diante de uma crise, como a desvalorização do barril do petróleo junto a
instabilidade política e institucional brasileira. A crise do coronavírus impactou
diretamente na oferta e demanda das empresas, após o início da quarentena
diversas indústrias precisaram parar os seus processos, migrar o trabalho
presencial para o home office e, em consequência disso, gerou também o aumento
no índice do desemprego pela demissão em massa de funcionários. Em
comparação com o fim de 2019, a taxa de desemprego chegou a 11%, no ano. Com
os impactos gerados pelo vírus, essa taxa passou para 12,2% no trimestre que se
encerrou em março de 2020, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Isso mostra que mais de 1 milhão de pessoas estão à procura de
um emprego, cenário que analistas apontam piorar devido ao avanço da Covid-19
em todo o país.
Desânimo descartado entre investidores
O acúmulo de queda de 30% no Ibovespa não fez os investidores desanimarem. A
B3 registrou uma alta de 15% de registros de pessoas físicas, renovando o seu
recorde de 2,24 milhões de pessoas registradas na Bolsa. Levando em
consideração o ano de 2019, que foi de 33% do número de investidores que
entraram para a Bolsa de Valores. O primeiro trimestre de 2020 trouxe um ótimo
resultado em meio a uma pandemia. Alexandre Oliveira, gestor comercial e coach, é
um desses investidores que estão entrando no mercado financeiro durante a crise.
O que mais chamou a atenção de Oliveira foi a possibilidade de ter rendimentos
melhores do que as aplicações tradicionais. Como a sua inserção no mundo dos
investimentos é recente, ele se considera um conservador que opta por preservar
seus recursos independentemente da situação. O economista e assessor de
investimentos, João Rodrigues, afirma que o pior momento de baixa nos preços dos
ativos já passou, visto que o mercado já precificou todo o cenário negativo, estopim
para quem busca oportunidade dentro do mundo dos investimentos. O investidor
poderá se tornar sócio de empresas que antes da crise apresentavam um preço
mais elevado, mas que agora foram desvalorizados, como o Bradesco, que sofreu
uma queda de 50% desde o anúncio da pandemia até hoje, indicando baixo preço e
uma oportunidade de ganhos futuros. As oportunidades aparecem em uma palavra
indicada pelo assessor de investimentos, Lenon Viegas, a “diversificação”. Viegas
observa que é possível e acredita que seja um momento excelente de se ter uma
carteira de investimento diversificada com Renda Fixa, podendo conter Fundos de
Investimentos, Tesouro Direto e Cdb’s junto a ativos da Renda Variável. É um
momento de aproveitar a volatilidade do mercado para comprar barato e vender
caro ou vice-versa, podendo ter um ganho igual optando por um dos processos
indicando rentabilidade em curto prazo. Para quem já investe, este é o momento de
definir estratégias para a recuperação de capital perdido em meio às quedas do
início da pandemia. Adriel Rezende, investidor há mais de um ano, está
aproveitando esse momento para comprar e também fazer liquidação de suas
posições. Mesmo com calma, ainda tem a incerteza como um obstáculo para
entender quando a Bolsa irá subir novamente. Como novas maneiras de
investimentos, ele espera a baixa do dólar – que só no mês de abril acumulou alta
de 4,69%, se valorizando em 35,51%, fechando o mês em R$ 5,45, – para realizar
aplicação do seu capital na moeda americana.
Opções de investimentos seguros
Os investidores precisam se atentar em como suas aplicações estão alocadas,
devido a qualquer alteração econômica, gerando assim um impacto relevante para
elas. Para as pessoas que têm dinheiro aplicado em poupança ou investimentos
conservadores necessitam de atenção na rentabilidade que está sendo gerada e
também na inflação para evitar perda de dinheiro. O gestor da Chronos
Investimentos, Daniel Prado, apresenta investimentos mais rentáveis que a
poupança e que leva ao cliente segurança e acessibilidade na gestão do seu capital.
Uma das opções mais seguras do Brasil, protegida e garantida pelo Tesouro
Nacional, o Tesouro Direto se trata de títulos públicos do governo que são utilizados
para investimentos no próprio governo.
Laura Lany está concluindo o Curso de Jornalismo na Esamc Uberlândia.