Por Adriana Sousa
Notícias falsas podem deixar de circular com uma simples atitude: não compartilhe!
Já ouviu falar em informação zumbi? Aquelas que, mesmo falsas, continuam
circulando? Elas ganham vida nos compartilhamentos via redes sociais digitais
e nos grupos de whatsapp. Ainda que plataformas de checagem e cientistas
tenham provado que são falsas, elas vivem. São mortas-vivas. Por isso,
informação zumbi. A expressão foi criada pelos americanos Cailin O’Connor e
James Weatheral, professores de lógica e filosofia na Universidade da
Califórnia e autores do livro “A era da desinformação”. Em maio, participaram
de um seminário no Brasil que discutiu a liberdade de imprensa na cobertura
da pandemia do Covid-19. Os autores afirmam que as informações zumbi
resultam de rumores sem embasamento, desinformação proposital e teorias da
conspiração. Para dar um exemplo, uma deputada federal brasileira postou
recentemente que caixões estariam sendo enterrados vazios em Manaus para
inflar estatísticas. As agências de checagem identificaram que as fotos eram
verdadeiras, mas feitas há alguns anos, dentro de um contexto diferente.
Notícia falsa, mas ainda em circulação. Existe uma cruzada contra a
informação falsa no Brasil e no mundo. Agências de checagem recebem
denúncias diárias e investigam todas, basta pesquisar. Redes sociais como
Facebook, Twitter e Instagram passaram a bloquear automaticamente
conteúdos falsos postados por seus usuários. Todos juntos contra a invasão
zumbi. Nós também podemos contribuir para evitar que continuem comendo
nossos cérebros. Primeiro, ao não repassar notícia falsa, não alimentamos
zumbis. Mas se cairmos em tentação, que tenhamos a humildade de corrigir
nosso erro, usando o mesmo canal da postagem original. E sejamos rápidos.
Porque em um apocalipse zumbi, sobrevive quem corre mais e consegue
manter seu cérebro livre dos mortos-vivos. Eles caminham devagar, mas são
fortes e tem fome. Muita fome.
Adriana Sousa é jornalista e professora de Jornalismo
na Esamc Uberlândia. Escreve para pessoas e empresas.
[email protected] | www.adrianasousa.com.br