A experiência universitária e de aprendizagem vai muito além de somente o que é ofertado nas disciplinas regulares, sendo a pesquisa e extensão partes fundamentais da produção intelectual das universidades brasileiras

Devido ao atual contexto de pandemia e isolamento social, muitos setores estão impossibilitados de funcionar ou com atividades limitadas. A educação e produção intelectual, embora encontre dificuldades e tenha precisado se adaptar de muitas maneiras diferentes, não parou. A Universidade Federal de Uberlândia é um exemplo.
Apenas recentemente foi adotado um sistema de educação a distância para disciplinas obrigatórias e optativas do currículo regular de cursos presenciais da universidade, mas no intervalo de tempo entre essa iniciativa e o cancelamento das aulas e outras atividades presenciais da UFU, muitos projetos continuaram em ação. Produções acadêmicas que já estavam em andamento antes da pandemia, pesquisas voltadas para solucionar problemas atuais e até mesmo programas de extensão tiveram que encontrar uma maneira de continuar.
O MedTalks é um projeto que teve início no curso de Medicina da UFU, como um evento presencial que colocava os alunos em destaque ao abordar temas ligados à área de saúde. Hoje, as atividades envolvidas no projeto se expandiram, havendo divulgação científica por meio de textos publicados e podcast, dicas de oratória nas redes sociais e contando com a colaboração de alunos de diferentes cursos.
Giovanna Abelha, estudante de Jornalismo, faz parte do projeto desde o começo da quarentena, na área de criação de conteúdo. “A experiência está sendo incrível e já aprendi muita coisa no projeto. Pude descobrir um lado no jornalismo que jamais pensei em seguir que é a área científica, e fico feliz de poder divulgar esse tipo de conteúdo fora dos muros da UFU”, ela relata. Acrescenta ainda que “até minha mãe lê os textos do MedTalks e gosta muito, o que mostra como pessoas fora das universidades também se interessam por esses assuntos mas muitas vezes não possuem acesso de uma forma mais facilitada”.
Muitas pesquisas de Iniciação Científica também prosseguiram durante este período. O aluno de Engenharia Mecânica, Pedro Silva, atua na parte de pesquisa em nanofluídos (que são uma suspensão de partículas sólidas em um fluído base – água, óleo, etc) para sistemas de refrigeração, avaliando diversos aspectos (tais como condutividade térmica, custos de produção e produzir nanofluídos estáveis) com a finalidade de aplicar em produtos tanto em escala industrial quanto doméstica.
Ele explica que quando a pandemia se agravou e o isolamento social se fez necessário, houveram algumas dificuldades uma vez que “trabalhamos muito com a parte experimental e tivemos complicações em relação a estar presente no laboratório para realizar os testes, então tivemos que nos adaptar selecionando horários para cada pesquisador, evitando aglomerações”. Felizmente, as soluções encontradas foram o suficiente, como ele informa: “Não podíamos ficar totalmente parados por conta dos prazos de entrega, mas conseguimos contornar a situação de uma maneira muito boa”.
Outra atividade extracurricular que ficou na ativa foi a Equipe de Propulsão e Tecnologia Aeroespacial (EPTA), um projeto de extensão formado em sua maioria por alunos das Engenharias, mas que também abriga alunos de outros cursos, que tem como objetivo a construção de protótipos de foguetes para serem submetidos a concursos e outras competições. Jhenifer Gonçalves, membro da equipe de Marketing, é uma das pessoas responsáveis por produzir posts para as redes sociais e outras atividades referentes à presença digital do projeto. “A equipe promove atividades relacionadas ao universo espacial, como por exemplo um podcast sobre a história das mulheres no espaço. Até o momento foi uma experiência interessante, aprendi muitas coisas e gosto da interação com alunos de outros cursos”, ela descreve.
Um dos pilares importantes da prática dentro da Universidade são as Empresas Juniores, projetos de extensão que visam o incentivo ao empreendedorismo nos alunos e na sociedade, que não pararam por nenhum momento suas atividades, mesmo durante o presente período. Lara Magalhães é estudante de Química Industrial e presidente da QUIMEJ, empresa júnior do seu curso (e de Química Licenciatura), que propõe trazer soluções em química a um preço mais acessível para a população e dar o respaldo de conhecimento e experiência no mercado de trabalho para seus membros.
Lara relata que “participar da QUIMEJ, ainda mais no cargo que me encontro atualmente e durante a pandemia foi um desafio de resiliência. Apesar de sempre ter sido um dos valores do Movimento Empresa Júnior, nunca foi tão colocado em prática como nesse momento”. Continua explicando com a situação atual, declarando que “agora, com a volta das aulas – mesmo que remotas – a gestão de tempo voltou a ser muito relevante. Passamos o primeiro semestre estruturando e planejando o que poderíamos fazer e agora estamos colocando isso em prática. Buscamos um intenso crescimento pessoal e capacitação profissional e agora estamos prontos para entregar projetos com ainda mais qualidade para nossos clientes, tendo uns aos outros como apoio”.
Por Communicare Jr. | Gabriela Pina