BEM CULT
Résia Morais
Fotos Mauro Marques | Divulgação
Muitos casais entram em colapso e na busca infindável de gerar um filho.
A Menopausa Precoce (MP) acomete uma pequena parte das mulheres que desejam engravidar e eu fui uma delas. A MP não é um distúrbio hormonal, mas a falência ovariana numa mulher entre 35 e 40 anos. A falência ovariana prematura é a perda temporária ou até definitiva do desempenho do organismo em produzir hormônios após a menarca (primeira menstruação). Quando eu e meu esposo resolvemos engravidar, eu tinha 35 anos. Um ano depois tivemos um aborto retido (morte do embrião ainda dentro do útero, onde não ocorre a expulsão espontânea) e resolvemos investigar. Procuramos por um profissional especialista em várias áreas (Dr. Daniel Moreira, da Clínica Doni) e descobrimos a falência ovariana, ele está sendo nosso anjo da guarda. O envelhecimento é um processo natural no ciclo vital, porém cada mulher o enfrenta de maneira diferente. Isso vai depender das características intrapsíquicas, como também do contexto sociocultural em que ela está inserida. Quando adentramos neste processo de forma tão precoce, condições psíquicas adequadas, como ambiente familiar favorável, boa dosagem de autoestima e psicoterapia, por exemplo, favoreceram e me fez apta a enfrentar a ideia de mudar o percurso da minha vida, dando outro sentido a tudo que sonhei, mantendo o equilíbrio, a sensatez, entendendo esse momento como uma etapa natural e inerente à minha condição feminina. Após a mulher entrar na menopausa de maneira definitiva, em torno dos 48 a 50 anos de idade, não há possibilidade de gravidez naturalmente. Em casos de Falência Ovariana Precoce, 5% a 10% das tentantes podem engravidar espontaneamente. Nos apegamos aos 5% e cada mês era uma expectativa e também uma entrega. Muitos casais entram em colapso e na busca infindável de gerar um filho. O sonho deve existir, mas não pode nos consumir. O tratamento passava mês após mês e mais um teste negativo nos acompanhava. Mas, há 3 meses, arriscamos uma medicação diferente e um único óvulo conseguiu ser estimulado (olha aí nosso 5%), e a novidade é que estamos bem, mas ainda temos muito para caminhar. E você, está passando por isso? Venha me contar.
Résia Silva de Morais, CRP-MG 04/31203, Doutoranda em Ciências – UFU.
Mestre em Psicologia da Saúde – UFU. Profª. Psicóloga Clínica e TCC.
Psicopedagoga – UFU. Especialista em Terapia Familiar e Hospitalar [email protected]