BEM CULT 162
Cássia Freitas
Fotos Arquivo Pessoal | Divulgação
O processo de conhecimento nos leva a amar, posto que ninguém se casa com quem odeia.
Podemos viver com alguém e não conhecê-lo. Casais que vivem juntos e não se conhecem. Reconhecem-se como casal, mas não enquanto indivíduos. Isso parece incomum, mas é mais comum do que se pensa. Todos já ouvimos que o tempo, trabalho, filhos ou objetivos diferentes são os responsáveis pelos afastamentos. Só que não. Nós nos afastamos, sendo uma ação ativa, por não querermos nos aproximar, sendo outra ação ativa, para conhecer. Acho que este processo de conhecimento nos leva a amar, posto que ninguém se casa com quem odeia, certo? Quando falo sobre amor, penso em Deus. Deus, o Deus dos hebreus é minha referência. Assim sendo, ainda que meu dia esteja abarrotado de atividades, sempre começa com uma conversa com Deus, que com os anos e intimidade, chamo de Pai. É maravilhoso saber que o conhecimento de Deus não é algo que podemos considerar pequeno. É a descoberta de alguém cuja presença reúne toda nossa existência na abrangência de Seu ser e dá um novo sentido, uma unidade. Então, voltando, aos afastamentos relacionais, digo que todos merecemos mais do que temos vivido. A sensação de que vivemos de migalhas, a carência ou a dependência emocional têm nos incapacitado de conhecer o outro. Salomão já dizia que tudo é vaidade, correr atrás do vento. O que importa são as pessoas e não coisas ou atividades. Aprendemos nesse tempo que “lockdown” nos impossibilita de nos afastar e nos mantém em casa. E em casa convivemos com um estranho que não buscamos conhecer. Talvez este seja o momento de nos aproximar e viver uma relação frutífera. Eu comecei a praticar isso com Jesus e a partir daí me tornei apta a praticar com todos. Mas é preciso começar.
Cássia de Figueiredo Freitas é uma padeira iniciante que tem vivido um “boom”
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