O intestino aloja trilhões de bactérias e possui cerca de 500 milhões de neurônios.
Você sabia que o cérebro possui uma estreita ligação com o intestino de forma única e essencial ao ponto de ser considerado nosso segundo cérebro? Essa estrutura permite que a flora intestinal seja nosso termômetro de saúde física e mental. O intestino aloja trilhões de bactérias e possui cerca de 500 milhões de neurônios que auxiliam na comunicação cérebro – intestino, essencial para metabolizar nutrientes, defender o nosso corpo de bactérias ruins e manter nosso intestino saudável. Sabe aquele calafrio na “boca do estômago” que acontece quando estamos diante de alguma situação de ansiedade e preocupação. Algumas pessoas descrevem como uma sensação de fome e normalmente desencadeia dores de cabeça. São exemplos do quanto tudo isso faz parte dessa grande ligação do cérebro com o intestino. Além disso, os neurônios intestinais produzem serotonina, molécula que atua regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade e funções intelectuais e, por isso, quando este hormônio se encontra numa baixa concentração, pode causar mau humor, dificuldade para dormir, ansiedade ou mesmo depressão. Sabe-se que entre 80-90% da serotonina descarregada pelo corpo é fabricada no intestino e só é liberada no organismo como um analgésico diante das situações de dificuldades, como dor e estresse, com o objetivo de amenizá-los. Não podemos esquecer da flora intestinal, conhecida como microbiota, essencial para a comunicação do eixo cérebro e intestino. A tal conhecida síndrome do intestino irritável, caracterizada por diarreia ou dificuldade de ir ao banheiro sem motivo, corroboram com o aparecimento de comportamentos de nervosismo e depressão, assim como a ansiedade, desequilibram a flora e proporcionam as crises. Portanto, o intestino é um órgão sensível que se conecta com o meio externo toda vez que comemos e o acompanhamento de profissionais apropriados (como Psicólogos, Psiquiatras, Nutrólogos, Nutricionistas, Fisioterapeutas, entre outros), permite auxiliar de forma adequada a microbiota intestinal e as consequências na saúde mental.
Résia Silva de Morais – CRP-MG 04/31203, Doutoranda em Ciências – UFU. Profª. Psicóloga Clínica em TCC e Psicopedagoga – UFU, Especialista em Terapia Familiar e Hospitalar, Mestre em Psicologia da Saúde – UFU.