Sonhando, chegamos mais perto daquilo que desejamos ou tememos.
Quando sonhamos, entramos num universo de fantasias que tornam reais as nossas pequenas e grandes emoções. Isso faz crescer a confiança e a vontade de lutar e vencer as adversidades do mundo a nossa volta. Os sonhos nos levam a pensar em nossos medos e inseguranças e na necessidade de torná-los desafios a serem vencidos. Se algumas vezes nos assustam, em outras nos confortam e nos fazem felizes. Quando eles se repetem nos lembram as dificuldades que não enfrentamos ou desejamos esquecer. Nessas situações eles mostram a nossa fragilidade, o medo e a culpa por não conseguirmos lutar e vencer esses desafios. Os sonhos ruins representam uma forma de autopunição por nos sentirmos incapazes de enfrentar essas dificuldades. Quando sonhamos, chegamos mais perto daquilo que desejamos ou tememos. Nos sonhos podemos ser fracos ou fortes. Fracos, quando negamos uma responsabilidade que assumimos e tentamos adiar porque não estamos seguros de que esse é o nosso desejo. Fortes, quando aceitamos que essa responsabilidade nos fará crescer e ser sujeitos de nossa própria história. Uma ideia acalentada ou uma aspiração. O sonho é uma fantasia efêmera e o risco é transformar essa ilusão em uma “verdade” que acreditamos. Sonhar acordado para não viver a frustração de não ser possível a realização do desejo. A realidade não é um devaneio, é uma verdade que existe, e enfrentá-la depende da nossa vontade. Como uma moeda de duas faces o sonho é um breve encontro da fantasia com a realidade.
Dr. Jorge Pfeifer é psicólogo, psicanalista e articulista.