E os defensivos defendem quem?
Olá, pessoas! Nesta edição, peço licença para modificar a ordem das matérias e redigir uma observação no intuito de que façam uma reflexão acerca do fato.
Nesse natal pandêmico, erroneamente, fui visitar minha avó no interior do Goiás. Pois bem, rodei quase mil quilômetros e me peguei, em meio aos meus devaneios, numa observação interessante. Em um passado recente, o automóvel chegava com uma incontável explosão de insetos e bichinhos atraídos pelos faróis, reflexo, vento, etc. Mas dessa vez foi diferente.
Em meio às maravilhosas plantações de milho, soja e cana de açúcar, notei que pude e fiz questão de contar os nove insetos avoantes que se espatifaram no vidro, um gafanhoto que ficou me olhando, durante algum tempo, preso no limpador de parabrisas e mais oito amigos desconhecidos.
Então começou a reflexão! Em contrapartida à evolução da agroindústria, estamos assolados em veneno. Não se observa mais os cardumes de pássaros e a revoada de bichos rastejantes pelas estradas. Pulverização em massa, organofosforados, combate aéreo, sementes transgênicas, capim híbrido (o que é isso?). Em qualquer esquina se compra defensivos agrícolas. E os defensivos defendem quem?
Há alguns dias, fui almoçar com meus sobrinhos e, após a refeição, a disputa das crianças era pelo maior morango. Minha sobrinha ficou se gabando do morangão que ela havia pego. E, a cada mordida que ela dava, eu tentava me lembrar de algum elemento químico da tabela periódica.
Não muito tempo atrás, um frango demorava quatro meses para ser abatido. Hoje, em quarenta dias está no prato. Minha vozinha é de uma geração que não se comia isso – embutidos, congelados, fast-food – e pasmem: ela completou 102 anos.
#ficaadica