Um podcast imperdível, produzido pelo jornal Folha de São Paulo, chamado “A Mulher da Casa Abandonada”, é a sugestão da Coluna Cultural da Revista Cult. Nele, o jornalista Chico Felitti revela detalhes de Margarida Bonetti, uma brasileira que fugiu dos Estados Unidos e do FBI após manter, junto ao marido, uma mulher em estado análogo à escravidão por cerca de 20 anos.
Margarida Bonetti era da alta sociedade paulistana, se mudou para os Estados Unidos para acompanhar o trabalho do marido, Renê Bonetti, engenheiro que na época, trabalhava para uma empresa que prestava serviços à Nasa. Mas os dois não foram sozinhos, contrataram uma mulher para se mudar com o casal e cuidar da residência onde ficariam.
Muito depois, foi descoberto e denunciado pelos vizinhos, que a funcionária passou 20 anos vivendo em um porão da casa. Ela não recebia salário e era agredida pelo casal, além de não ter acesso aos armários ou à geladeira do local. Foi, então, que Bonetti fugiu do país e passou a ser considerada foragida pelo FBI, enquanto o marido, que se naturalizou americano, permaneceu no país. Ele ficou preso por sete meses e, à época do julgamento, afirmou que a funcionária não poderia ser considerada como tal, pois ela era “da família” e trabalhava menos que o casal. Atualmente, Renê, ganha um salário equivalente a R$ 1 milhão. Já Margarida, se mudou para a casa em Higienópolis/SP, onde mora até hoje. Ela aparece poucas vezes no exterior de sua casa, além de sempre usar um tipo de creme branco em toda a face. O estado da casa é de um local abandonado. Com muita bagunça no interior e um quintal com mato e árvores sem cuidado, alguns vizinhos acreditam que ela está escondida no porão do local, um dos 20 cômodos da casa.
Com a repercussão do caso no Brasil nas últimas semanas, dezenas de pessoas lotam, constantemente, a rua onde Bonetti mora, para tentar vê-la.