Minha unha partiu ao meio.
Culpa da digitação e do lavar a louça no fim de semana. A pia estava cheia depois do almoço e nem me importo. Acho bom, acredita? Lavo pensamentos e me distraio do que a mente não precisa se cansar. É, tem hora que isso mesmo. Há ideias que ficam feito martelo em prego e de nada servem a não ser amolar nossa tranquilidade principalmente em dia de folga, preguiça e ‘atoice’, o ócio tão bem vindo e necessário.
Comecei pelos pratos. Eu gosto de esquentar um bule com água e jogar na louça. Uma estratégia para tirar qualquer restinho de gordura impregnada em algum cantinho. Era domingo e, depois das compras de frutas e legumes para a semana, não resisti e comprei um frango assado. A fila de espera era grande e concluí que almoço de domingo é igual na casa de tantos.
Um dos meus pratos, ele é rosa mais seco e com borda que lembra um bordado, lascou. Será que fui eu que em algum momento da minha estabanada condição o bati no armário, em outro prato? Diante disso, com mais cuidado passei a bucha na xícara que parece um soco inglês e tem desenhos de caveiras divertidas, presente de uma amiga antiga. Depois do último talher, me volto para a mesa. Fui passar um pano úmido para evitar voadores indesejados. Foi então que, ao afastar minha jarra com a jiboia que cresce, senti algo que pulou na minha mão. Parei feito aquela brincadeira de estátua. Peguei os óculos quase que sem respirar e, assim que ajustei a vista, a vi. Uma joaninha! Que capacidade esse bichinho minúsculo tem de despertar uma alegria gigantesca assim, do nada? Deixei que ela passeasse pelos meus dedos, dorso e palma das mãos. Abria as asinhas e me deixava tirar fotos sem se incomodar. Deixei meu tempo para aquela aproximação. Uma comunicação completa de amor. Uma conexão que me fez querer mais a presença dela. Até há pouco, ainda via seu laranja a iluminar minha vida….