A maioria das escolas está aderindo o Ensino a Distância
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus não ficam restritos às pessoas infectadas. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), as medidas de prevenção à COVID-19 modificaram a rotina de mais de 890 milhões de crianças e jovens em 114 países.

Em nível nacional, alinhadas com as recomendações do Ministério da Saúde, todas as escolas, tanto da rede pública, como da privada, suspenderam as aulas presenciais por tempo indeterminado. A medida é uma tentativa de reduzir o risco de contágio e disseminação do novo coronavírus entre os alunos e o restante da população.
De maneira geral, as escolas têm apostado na educação a distância (EAD) como solução para o período de suspensão. As particulares já começaram com aulas ao vivo transmitidas pelo computador e plataformas online nas quais os alunos acessam conteúdos e podem interagir com a turma.
O contexto de acesso a tecnologia contrasta com a realidade da rede pública.
Para medidas de EAD serem efetivas todos os alunos precisam do acesso à internet. Segundo a Pesquisa TIC Domicílio, realizada em 2018, 58% dos entrevistados não possui equipamentos como computador de mesa, notebook ou tablet para fazer atividades online. Tão pouco internet, já que mais de 30% das casas não têm acesso, em geral as mais pobres.
“Até agora um único professor mandou uns exercícios e um vídeo explicando, mas não adianta só um fazer. O aluno que quer, tem que correr atrás do prejuízo”, comenta a estudante Verônica Freitas, aluna de uma escola pública em Uberlândia (MG).
A pandemia, no entanto, não é desculpa para Verônica, que a partir dos cronogramas de seus professores, criou sua rotina de estudos até que as aulas presenciais retornem. “Tem muito conteúdo na internet, vídeo aulas, documentários e artigos gratuitos. Não tenho computador em casa, mas acesso pelo celular mesmo”, afirma a estudante do segundo ano do ensino médio.
Por Communicare Jr. | Luan Borges