Hélio Mendes
Fotos Arquivo Pessoal
Quando estamos com medo, não criamos nada.
Chegou o coronavírus. Algo que está criando de fato uma desordem na economia mundial em proporções jamais vistas. Com medo, não vamos resolver esse grande problema, que pode virar uma ameaça. Então, não podemos ter medo, mas cuidado e dedicação para solucionar e sair de mais uma crise – isso, sim. O psicanalista Jorge Forbes, em recente artigo, esclarece que “O contrário do medo é o entusiasmo. O medo é certo, o entusiasmo é um risco. Quando estamos com medo, não criamos nada. A criatividade implica riscos e quando estamos com medo ficamos prevenidos, encolhidos, não queremos sair da zona de conforto”. Partindo de que não podemos ter medo, começamos a atrair a ideia de que os vencedores e, principalmente, os pioneiros na sociedade das corporações são pessoas inovadoras, criativas e, consequentemente, entusiasmadas. Passamos por um momento de mudança geopolítica, cuja principal característica é a incerteza, não mais como nos tempos da Segunda Guerra Mundial e muito menos das Navegações: a tecnologia é a arma da nova geopolítica. Podemos, com certo grau de ironia, dizer que não há mais uma polarização, uma guerra fria, em que duas potências comandavam a nave chamada Terra. Em gestão, sempre apresentamos quatro posturas estratégicas que uma empresa ou um país podem usar: recuo, manutenção, crescimento e expansão. Antes da era virtual, escolher e permanecer em uma dessas posturas era fácil, comparado à dinâmica que o mercado tomou recentemente, na qual não se discutem mais países, mas regionalismo versus globalização. O jogo, que era de “isso ou aquilo”, parece-nos que caminha para “tudo ou nada”. Necessitamos de equipes hiperprofissionais e de contar com um fator nada recomendável, ou seja, com a sorte. Mas há uma certeza: não podemos ter medo de nada, e sim cuidado em situações cujo cenário oscila entre realista e pessimista.
Hélio Mendes é professor e consultor de Planejamento
Estratégico e Gestão Quântica nas áreas privada e pública.