BEM CULT
Nilson Paulo Lima
Fotos Divulgação
“É hora de reinventar e fazer com que este momento seja um passado de aprendizado”
Sou movido a desafios, tem sido assim nos últimos anos, em 2018 concluí uma louca aventura de correr maratonas e ultras, distâncias de 42 km acima, em cada um dos 50 estados americanos. Cruzei o país numa terrível logística para conciliar o calendário de provas. Em 2019 finalizei uma saga de 100 maratonas na América do Norte, concorridas nos USA e Canadá. Há 7 anos participo seguidamente na África do Sul, da Comrades, a mais famosa ultramaratona do mundo, na distância de 90 km pelas montanhas de Durban. Este ano tive que me conformar correndo a prova sul-africana virtualmente isolado em Uberlândia. Os planos pra 2020 eram intensos, tinha corridas no Brasil e no exterior, como sempre, com ousados desafios. Pelo caminho havia programado concluir minha 300ª maratona, estou com 269 e com a festa preparada pra comemorar as 31 restantes. Também estava previsto avançar num inédito objetivo de concluir maratonas em cada um dos 48 países da Europa. O velho continente tem 49 países, incluindo o Vaticano, mas na terra do Papa ainda não tem maratona, uma pena. Estou com 18 países europeu concluídos e havia planejado fechar o continente no início do ano que vem. De repente, tudo parou, fiquei sem “norte”, perdi a motivação pra correr, não podia nem mesmo treinar nos locais habituais a que estava acostumado. Porém, na mesma velocidade, começaram a surgir as corridas virtuais. As provas em que eu estava inscrito ofertaram a opção de correr o mesmo evento na segurança da minha cidade. Novos tempos. A avançada tecnologia de relógios com GPS permite comprovar a realização da prova e enviar para ser validada. O kit com camiseta e medalha de conclusão chegam em seguida. O ritual de calçar o tênis, ligar o relógio e seguir ritmado me remete ao calor da prova. Claro, nada substitui a adrenalina de correr com a multidão de amigos. Mas, é hora de reinventar e fazer com que este momento seja um passado de aprendizado. É preciso seguir adiante, sem abandonar os sonhos, pois assim, a vida valerá muito mais a pena.
Nilson Paulo Lima é maratonista.
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