Em um momento de busca por referências, mais do que nunca, a comunicação torna-se o liame entre a esperança e o futuro
Há poucos dias eu estava dirigindo, no trecho urbano, da BR 365, próximo ao bairro Roosevelt, quando a imagem da imponente Bandeira Brasileira, hasteada em uma empresa às margens da Rodovia, me fez refletir. Num primeiro momento sempre vem à nossa mente a ideia de que ela representa nossas riquezas naturais: o verde das matas, o amarelo do ouro, etc. Mas a história está aí e não me deixa mentir: as cores, que passaram a ser usadas após a Proclamação da Independência, fazem referência ao verde da Casa de Bragança, de Dom Pedro 1º, de Portugal, e ao amarelo da Casa de Habsburgo, de Maria Leopoldina, da Áustria. Sim, bem nobre, mas nada original.
É interessante falar sobre isso porque os símbolos, assim como as marcas, são fundamentais para inspirarem pessoas. E, infelizmente, mais do que nunca, estamos necessitados de boas influências. O momento, como não poderia ser diferente, traz muitas incertezas, além de uma pesada carga de tristeza e dor. A questão é como estamos nos comportando diante disso. A esperança deve manter-se presente assim como uma bandeira que tremula ao vento e serve para nos lembrar nossos ideais.
Dessa forma, com muitas pessoas em pânico, pressionadas pelas circunstâncias, as empresas precisam ocupar o seu lugar. Aliás, ultimamente um espaçoso lugar, pois, estamos carentes de lideranças inspiradoras. Esse é o momento que uma marca tem para marcar presença. É hora de pôr à prova seus valores, que não podem simplesmente serem letras bonitas que no momento de necessidade escondem-se. Afinal, a economia é um dos pilares da vida em sociedade, e, por isso, para que não faltem empregos, renda e comida na mesa de milhares de pessoas, é preciso ter compromisso com o futuro e, se for preciso, reinventar-se.
Aliás, lembrei novamente da nossa bandeira. É que na hora de inserir a frase, inspirada no positivismo, de Augusto Comte, esqueceram do que para mim é a parte mais importante. No original diz o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim. Bem sabemos que o amor, em seu amplo significado, não combina com omissão ou descuido. Então, avante.
Denise Rocha é jornalista e faz postagens sobre comunicação no seu perfil no Instagram: eu_deniserocha