Essa é uma história que inspira pelo exemplo: Irene é uma mulher forte que mostra que é possível, como profissional e mãe, ser à frente do próprio tempo
Ela é independente, senhora da própria história. Ama a família que construiu. E, mesmo em tempo de restrições, faz planos de viagens e encontros familiares. Gosta de sonhar. Nasceu em abril de 1943 numa fazenda na Zona Rural de Ituiutaba. Mas a morte do avô, fez com que os pais levassem os sete filhos para a cidade, para facilitar os estudos. Irene começou a trajetória profissional cedo, foi bancária e professora, uma “carreira aceitável para uma mulher naquela época”, lembra. Em 1967, resolve prestar vestibular para a Faculdade de Direito, da Universidade Federal de Uberlândia. Bem, só por isso, Irene Ribeiro de Lima mostra que preferiu escolher o próprio caminho.
Não pense que foi fácil, foram “três anos percorrendo uma estrada ora empoeirada, ora barrenta, numa kombi, com colegas sonhadores”, frisa. Em comum, o sonho de ser um profissional de Direito, mudar o status e o nível de conhecimento. É claro que ela conseguiu. Irene mudou para Uberlândia, exerceu a advocacia, com mérito e, por muito tempo, ocupou o cargo de procuradora, na Procuradoria Regional da Fazenda Estadual, mostrando que o esforço e o comprometimento valeram à pena. Só parou de trabalhar por força da aposentadoria, afinal, sua mente segue afiada.
O que tornou a trajetória pessoal de Irene diferenciada e única foi um acidente de carro e a morte da irmã Lacy e do cunhado José Rubens. De uma hora para outra, Cláudio Eugênio, Anamaria, José Eduardo e Lucianna, com idades entre três e onze anos, ficaram órfãos. “Então, foi aí que chegou a hora de me tornar mãe e pai, assim, simples, sem discussão, sem exigência”, explica. Para ela, foi um propósito de Deus para a sua vida, foi o momento de sentir um amor incondicional.
Irene ama os sobrinhos como se fossem seus próprios filhos. Tanto que sempre foi dedicada, exigente e zelosa com cada um deles, que se emocionam ao falar dessa “Timãe”, uma mistura de tia e mãe. Mas Irene, sempre cheia de surpresas, foi mãe aos 45 anos. “Em junho de 1988, nossa família ficou maior, chegou a Anna Elisa, dádiva de Deus, filha do próprio ventre, unindo-se aos quatro filhos de coração”, recorda.
A prova de que Irene, mesmo sozinha, fez o melhor, é que os filhos que a vida lhe deu são pessoas felizes, com uma vida plena e sempre agradecidos pelo apoio e dedicação recebidos da “tia Irene”, para que pudessem chegar onde chegaram e tornarem-se as pessoas que são. Quando conta sua história, diz que as batalhas foram vencidas “porque Deus se fez presente, protegendo e abençoando sua jornada familiar”. Ela é muito agradecida pelos cinco filhos “maravilhosos” e diz que sua família ficou completa com a chegada dos genros, noras, netos e netas.
Então, se um dia encontrar com a Irene, uma mulher elegante e reservada, puxe conversa. São pessoas assim, que mostram que o amor constrói os melhores resultados.