O sexo até há algum tempo, por razões culturais, era visto somente como algo ligado à reprodução, o prazer era reprimido por ser considerado impuro e algo promíscuo. A desconstrução da sexualidade feminina tem raízes na história. De acordo com Góis (1991, p.119), um grande pesquisador dessa área, as mulheres eram educadas para agirem como filhas e mães sem passar pelo estágio de mulher. Muitos acreditam que a sexualidade só serve para dar prazer e para reprodução, isso na verdade é genitalidade. O sexo é o ato em si. Já a Sexualidade é a maneira como entendemos nossos corpos, nossos relacionamentos e nossa afetividade. Ela vai além da mera atração sexual, engloba todos os aspectos da nossa personalidade tal como valores, crenças, desejos, pensamentos, sentimentos e comportamentos; construída durante toda a vida, desde a infância.
Desse modo, durante a vida sexual é possível que a mulher apresente alguns problemas em relação à sua sexualidade. A maioria dos distúrbios sexuais femininos pode ser tratada. Os mais comuns são: falta de desejo sexual, incapacidade de obter orgasmo e dor durante a relação sexual.
O tabu sobre a sexualidade da mulher ainda é tão presente que, para muitas, o fato de não ter orgasmo é simplesmente uma normalidade. Com o tempo, a relação sexual entre o casal torna-se obrigatória, deixando de ser prazerosa para a mulher. Em uma relação hétero, o homem também passa a se acostumar com a situação para não se comprometer ou para não provocar mais insatisfação no casamento. Porém, em todas as relações, independente da orientação sexual, (Heterossexual: atração pelo sexo/gênero oposto; Homossexual: atração pelo mesmo sexo/gênero; Bissexual: atração por ambos; Assexual: atração por nenhum; Pansexual: atração independente do gênero; entre outras), os tabus adoecem os relacionamentos, e a sexualidade dessas mulheres torna-se alvo de sofrimento/brigas e não de entrega, autoconhecimento, romantismo e prazer.
Quando o casal começa a questionar a qualidade do relacionamento sexual, ambos passam a ter a sensação de que não são bons o bastante, e a maioria prefere abandonar a relação do que confrontar e tentar desenvolver uma sexualidade saudável. É muito difícil assumir que o desenvolvimento sexual do relacionamento não está viável; precisamos nos libertar do medo do fracasso e da sensação de incompetência. Saiba que há dentro de você uma grande mulher pronta para se conhecer e desenvolver uma sexualidade sem medo e sofrimento. Procure ajuda, faça terapia de casal e/ou sexual.
Fonte: GÓIS, M.M.S. Aspectos históricos e sociais da anticoncepção. Reproduo,
v. 6, n. 3, p. 119-24, 1991.